Mulher idosa deitada em maca para realizar exame de radiografia das mamas.

Carcinoma invasivo da mama de tipo não especial: o que é, diagnóstico e tratamento

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Mulher idosa deitada em maca para realizar exame de radiografia das mamas.

O carcinoma invasivo da mama de tipo não especial é um câncer frequente em mulheres com mais de 40 anos, com aumento progressivo de risco ao longo dos anos.

Inclusive, esse é o tipo de câncer de mama mais comum entre a população feminina. Segundo um artigo publicado no Instituto Nacional de Câncer (Inca), o carcinoma ductal invasivo é 150 vezes mais comum em mulheres do que homens.

Além disso, entre 5 e 10% dos casos são hereditários. Portanto, os casos esporádicos são mais comuns entre os diagnosticados. Fatores ambientais, como estilo de vida e dieta.

Outros fatores também podem aumentar significativamente o risco de carcinoma invasivo da mama de tipo não especial:

  • Gestação tardia (após os 30 anos);
  • Nuliparidade (nunca ter parido);
  • Não ter amamentado;
  • Menarca precoce;
  • Menopausa tardia;
  • Obesidade pós-menopausa;
  • Terapia de reposição hormonal
  • Exposição prolongada à radiação ionizante.

Isso significa que, mesmo mulheres sem histórico familiar de câncer de mama, devem realizar o monitoramento da saúde mamária, para possibilitar um diagnóstico precoce e aumentar as chances do tratamento.

Continue lendo este material para compreender melhor esta doença, como é realizado o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.

O que significa carcinoma invasivo da mama de tipo não especial?

O câncer pode desenvolver-se nos ductos mamários, nesse caso, chamado de carcinoma ductal invasivo (CDI), ou nos lobos mamários, então, chamado de carcinoma lobular invasivo (CLI).

O primeiro origina-se no epitélio dos ductos mamários, que são os tubos que transportam o leite da glândula mamária até o mamilo. 

Já o segundo, origina-se nas células dos lóbulos mamários, que são responsáveis pela produção e armazenamento do leite.

O tumor espalha-se para outros tecidos quando as células cancerígenas atingem o sistema linfático ou a circulação sanguínea, o que origina as metástases.

Como é realizado o diagnóstico do câncer de mama não especial?

Como o carcinoma invasivo da mama de tipo não especial possui potencial de invadir outros tecidos, é indispensável detectar a alteração o quanto antes, para evitar que alcance os linfonodos e outros locais.

O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances do tratamento, principalmente se não houver presença de metástase.

Para que isso ocorra, é necessário que o paciente realize os exames dentro dos períodos recomendados pelo médico, para detectar qualquer alteração ainda nos estágios iniciais e evitar o crescimento de um tumor.

O paciente também deve relatar ao médico os possíveis sinais clínicos, para seguir com a realização de um exame clínico.

Diante de uma suspeita de câncer de mama, o médico pode recomendar a realização de uma mamografia. 

Outros exames de imagem podem ser solicitados, para permitir avaliar com mais assertividade o tamanho e a localização do tumor, como ultrassonografia e ressonância magnética.

Caso necessário, deve ser realizada uma análise laboratorial do material (exame histopatológico) obtido por biópsia, para determinar a natureza do achado e confirmar a presença de células cancerígenas.

Também é possível realizar testes genéticos adicionais que detectam mutações em genes específicos, como BRCA1 e BRCA2, que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer.

Como é o tratamento do carcinoma invasivo da mama de tipo especial?

O tratamento consiste principalmente na remoção cirúrgica do tumor e pode incluir radioterapia, quimioterapia e terapia endócrina (hormonioterapia)

A abordagem, no entanto, depende das características do tumor e da saúde geral da paciente. Conforme a agressividade do câncer, o tratamento também pode ter objetivos diferentes. 

Nas fases iniciais, como estadio 1 e 2, o objetivo resume-se a remover o tumor e prevenir recidivas, com uma abordagem menos agressiva. 

Contudo, nos estadios 3 e 4, é necessário recorrer a abordagens agressivas para eliminar qualquer resíduo de células cancerígenas.

Além disso, com a presença de metástases pelo corpo, o tratamento pode ter caráter paliativo. Portanto, trata-se de prolongar e melhorar a qualidade da sobrevida do paciente.

A abordagem também depende da idade e da saúde do paciente. Pacientes mais jovens ou sem comorbidades graves estão aptos a realizar tratamentos mais intensos se necessário.

Então, entenda melhor sobre as possibilidades dentro do tratamento:

  • Cirurgia: a remoção cirúrgica do câncer é a principal recomendação, que pode variar entre cirurgia conservadora e cirurgia radical;
  • Radioterapia: este tratamento é realizado para eliminar células cancerígenas remanescentes e evitar recidivas;
  • Quimioterapia: é realizada principalmente em casos de tumores agressivos e em estágios mais avançados; 
  • Terapia endócrina (hormonioterapia): pode ser eficaz se o tumor apresentar receptores hormonais presentes e tem a capacidade de retardar seu crescimento;
  • Terapia-alvo (biológica): também é possível administrar medicamentos para atacar diretamente tumores HER2-positivos, uma proteína que estimula o crescimento;
  • Reconstrução mamária: logo após a cirurgia radical, é possível seguir para o procedimento de reconstrução para promover uma estética mais agradável dos seios e melhorar a autoestima da mulher.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Dr. Felipe Andrade médico mastologista do Hospital Einstein.

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Ele é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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