Células cancerígenas remanescentes em paciente sobrevida her2 positivo.

Sobrevida no câncer de mama HER2-positivo: expectativa, tratamentos e fatores prognósticos

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Com diagnóstico precoce, tratamentos integrados e acompanhamento especializado, é possível aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Células cancerígenas remanescentes em paciente sobrevida her2 positivo.

A taxa de sobrevida do câncer de mama HER2-positivo (HER2+) indica as chances de sucesso do tratamento nos cinco anos seguintes ao diagnóstico.

Esse tipo de câncer possui receptores para a proteína HER2 nas células mamárias, o que pode levar ao crescimento descontrolado de tumores. 

Apesar de ser um câncer mais agressivo, existem exames específicos que permitem detectar a doença ainda nos estágios iniciais, além de tratamentos avançados que atingem somente as células anormais.

Graças a esses avanços, o prognóstico para pacientes com câncer de mama HER2+ tem melhorado significativamente, aumentando as chances de cura e sobrevida.

Neste artigo, você conhecerá as opções de tratamento e os fatores que influenciam a qualidade de vida dos pacientes.

O que é o câncer de mama HER2-positivo?

O câncer de mama HER2-positivo (HER2+) ocorre quando as células cancerígenas apresentam altos níveis da proteína HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano), localizada na superfície das células mamárias.

Em condições normais, essa proteína regula o crescimento e a reparação celular. No entanto, mutações genéticas ou exposição a fatores ambientais podem levar à sua superexpressão, resultando na multiplicação descontrolada de células e na formação de tumores.

De acordo com a American Cancer Society (ACS), entre 15% e 20% dos casos de câncer de mama apresentam superexpressão da proteína HER2.

Como consequência, o câncer de mama HER2+ tende a ser mais agressivo, pois cresce e se espalha rapidamente para tecidos adjacentes ou outras partes do corpo, se não for diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.

Por outro lado, esse tipo de câncer responde positivamente a terapias direcionadas, que atacam especificamente as células cancerígenas com receptores HER2, aumentando as chances de cura.

Como é feito o diagnóstico do câncer de mama HER2-positivo?

O diagnóstico precoce é essencial para aumentar a eficácia do tratamento. Ele envolve exames clínicos, de imagem e testes laboratoriais específicos.

1. Autoexame

Mulheres devem realizar o autoexame das mamas mensalmente para identificar possíveis nódulos, inchaços ou alterações na pele.

Embora o autoexame não substitua exames médicos, o autoconhecimento corporal pode ajudar na detecção precoce de anormalidades.

2. Exames de imagem

Mamografia: recomendada anualmente para mulheres a partir de 40 anos ou conforme a orientação médica.

Ultrassonografia e ressonância magnética: indicadas em caso de mamografias inconclusivas ou para pacientes com fatores de risco elevados.

Esses exames são fundamentais para um diagnóstico mais preciso e para a definição do plano de tratamento adequado.

3. Biópsia e testes laboratoriais

Caso um nódulo suspeito seja identificado, o médico pode solicitar uma biópsia para confirmar a presença de células cancerígenas e determinar se o tumor é HER2-positivo.

Os principais testes utilizados são:

Imuno-histoquímica (IHC)

Hibridização in situ fluorescente (FISH)

Esses exames classificam o tumor da seguinte forma:

  • HER2-negativo (IHC 0, sem coloração de membrana): não responde a terapias direcionadas ao HER2.
  • HER2-ultralow (IHC 0 com coloração de membrana): pode ser monitorado, mas sem indicação de tratamento específico.
  • HER2-baixo (IHC 1+ ou IHC 2+ com FISH negativo): pode ser tratado com terapias combinadas.
  • HER2-positivo (IHC 3+ ou IHC 2+ com FISH positivo): alto nível da proteína HER2, respondendo bem a terapias direcionadas.

O resultado depende da quantidade de coloração química ou fluorescente presente nos testes, indicando a reação da proteína HER2 aos reagentes utilizados.

Quais são os tratamentos para o câncer de mama HER2-positivo?

O tratamento principal do câncer de mama HER2+ é a terapia-alvo, que direciona medicamentos específicos para as células cancerígenas HER2-positivas.

1. Terapia-alvo

Trastuzumabe e Pertuzumabe (anticorpos monoclonais) se ligam à proteína HER2 e reduzem sua capacidade de crescimento, preservando as células saudáveis e diminuindo efeitos colaterais.

Podem ser usados isoladamente ou combinados com outros tratamentos, como quimioterapia e cirurgia.

2. Cirurgia

Dependendo da agressividade do tumor, o tratamento pode incluir cirurgia conservadora (preservação parcial da mama) ou mastectomia radical (remoção total da mama).

3. Terapia hormonal

Se o tumor também for positivo para receptores hormonais de estrogênio (RE) ou progesterona (RP), pode ser indicado o uso de medicamentos como o tamoxifeno.

A combinação dessas abordagens aumenta as chances de sucesso do tratamento.

Qual é o prognóstico do câncer de mama HER2-positivo?

A taxa de sobrevida do câncer HER2+ depende de diversos fatores, incluindo:

  • Estágio do diagnóstico;
  • Grau histológico do tumor (1 a 3, indicando a agressividade celular);
  • Resposta ao tratamento;
  • Presença de metástases.

Anteriormente, o câncer HER2-positivo estava associado a um prognóstico ruim devido à sua natureza agressiva. No entanto, com o desenvolvimento das terapias direcionadas, esse cenário mudou significativamente.

A terapia-alvo aumenta as chances de cura, especialmente quando iniciada precocemente, pois os medicamentos conseguem detectar e atacar as células anormais.

Segundo o National Institute of Health (NIH), um ensaio clínico com trastuzumabe demonstrou que a quimioterapia combinada à terapia-alvo reduziu a taxa de recorrência do câncer em 34%.

Esse avanço representa um grande impacto na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer de mama HER2+.

Na Clínica FEMA, você encontra uma equipe multidisciplinar que realiza uma abordagem integrativa e personalizada no tratamento do câncer.

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista em São Paulo - Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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