Mulher fazendo autoexame ou exame clínico no consultório médico para saber se tem mamas densas.

Mamas densas: o que fazer quando não permitem imagens conclusivas na mamografia?

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

A densidade mamária pode atrapalhar o diagnóstico de lesões mamárias assim como ser um fator de risco ao câncer de mama.

Mulher fazendo autoexame ou exame clínico no consultório médico para saber se tem mamas densas.

As mamas densas são uns dos principais fatores que podem interferir no resultado da mamografia, o que pode retardar o diagnóstico do câncer de mama.

Este exame de imagem é um dos principais métodos para a detecção precoce da doença, que deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos de idade.

Neste artigo, você vai entender o que são mamas densas, o que significam, como e por que interferem no exame de imagem, e quais são os fatores que contribuem para esta condição.

Boa leitura!

O que é mama densa?

O tecido mamário é formado por tecido fibroglandular e tecido adiposo (gordura). Quando o primeiro é encontrado em maior proporção, a mama possui uma densidade maior.

Em outras palavras, a mama densa refere-se à composição das mamas.

O tecido glandular é aquele em que ocorre a produção do leite e contém uma estrutura mais complexa do que o tecido adiposo, com vasos sanguíneos e linfáticos e ligamentos de sustentação. E tudo isso contribui para a firmeza das mamas.

Ter a mama densa é normal?

De modo geral, mulheres jovens e saudáveis possuem alta densidade mamária. De acordo com o National Cancer Institute (NCI), cerca de 50% das mulheres com 40 anos possuem mamas densas.

Contudo, com o envelhecimento, ocorre uma mudança na proporção das estruturas mamárias. Aos poucos, o tecido fibroglandular diminui e o tecido adiposo aumenta. Esse processo também pode ser acelerado pela amamentação.

Por outro lado, o uso de anticoncepcionais, a obesidade e nunca ter engravidado são fatores que contribuem para mamas densas após os 40 anos de idade.

Mas a idade não é o único fator que influencia na densidade das mamas na juventude. Por isso, é possível encontrar mulheres jovens como mamas menos firmes.

Alterações hormonais, herança genética e índice de massa corporal também determinam a composição das mamas.

Ter a mama densa é perigoso?

Ter a mama densa não oferece riscos à saúde de forma direta. Os perigos relacionados a esta condição, na verdade, referem-se à detecção de anormalidades no tecido mamário e a probabilidade de desenvolver câncer.

Quando a densidade é aumentada, a mamografia não consegue diferenciar o tecido mamário de cistos, nódulos, linfonodos aumentados ou lesões cancerígenas. 

Isso ocorre porque tanto a parênquima mamária quanto essas alterações podem se manifestar como áreas de alta densidade na mamografia, aparecendo como imagens brancas e dificultando sua distinção.

Essa condição dificulta o diagnóstico de diferentes condições mamárias e a detecção precoce do câncer de mama. Por isso, a doença pode ser descoberta apenas quando já atingiu estágios mais avançados, dificultando o tratamento.

Além disso, a mama densa não apenas retarda o diagnóstico, como também pode ser um fator de risco para o câncer de mama, uma vez que compartilham causas em comum, como:

  • Menarca precoce;
  • Menopausa tardia;
  • Histórico reprodutivo;
  • Alcoolismo;
  • Obesidade.

Ter a mama densa provoca dor?

Não deveria, porque a densidade refere-se apenas à composição das mamas. Por isso, qualquer sinal de dor, desconforto ou sensibilidade, na verdade, pode indicar que existe alguma alteração no tecido mamário.

Para descobrir a causa, é necessário investigar por meio de exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia, ressonância magnética e, em caso de suspeita de câncer de mama, uma biópsia.

Leia mais sobre:

Câncer de mama dói? Esclareça suas dúvidas

Como a mama densa interfere no BI-RADS®?

O BI-RADS® (Breast Imaging Reporting and Data System) é um sistema que indica o potencial cancerígeno dos achados na mamografia, isto é, a probabilidade de alguma alteração ser uma uma lesão cancerígena ou um tumor.

A classificação ocorre pela diferenciação da cor dos tecidos, contudo, existe um problema quanto à essa análise em mamas com densidade aumentada.

O tecido adiposo resulta em uma cor mais escura no raio-X, enquanto que o tecido fibroglandular e as lesões cancerígenas aparecem com a cor mais branca.

Por isso, o exame realizado em mamas densas pode indicar a categoria BI-RADS® 0, que significa que não foi possível obter um resultado conclusivo.

Também é possível que o exame indique a categoria BI-RADS® 1, no qual não consegue encontrar evidências de qualquer anomalia.

Nesses casos, o médico pode solicitar mais exames para confirmar a presença ou a ausência de câncer de mama, principalmente em pacientes com mama densa.

Quanto menor for a densidade das mamas, mais fácil é a detecção precoce de qualquer alteração.

Para auxiliar no diagnóstico, o radiologista pode categorizar a densidade das mamas juntamente ao BI-RADS®, segundo o Hospital Albert Einstein.

A classificação A refere-se a mamas pouco densas, enquanto a categoria D indica mamas extremamente densas.

Além deste, existe outra categorização para a densidade das mamas, que refere-se ao percentual de tecido fibroglandular na composição do tecido mamário:

O que significa mamas densas?
Lipossubstituídas: menos de 25% de tecido fibroglandular;
Densidades fibroglandulares esparsa: de 25% a 50% de tecido fibroglandular;
Mamas heterogeneamente densas: de 50% a 75% de tecido fibroglandular;
Mamas densas: mais de 75% de tecido fibroglandular.

Para avaliar a densidade da sua mama, você deve agendar uma consulta com um mastologista, para avaliar não somente as imagens, como todo seu histórico de saúde.

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Conheça o Dr. Felipe Andrade

Dr. Felipe Andrade médico mastologista do Hospital Einstein.

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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