Células de gordura da Mama necrótica (esteatonecrose.).

Mama necrótica (esteatonecrose): o que é, sintomas, causas e tratamento

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

O processo inflamatório ocorre após a morte das células de gordura e a liberação do fluido para as células, o que resulta no endurecimento do tecido com o tempo.

Células de gordura da Mama necrótica (esteatonecrose.).

Também chamada de esteatonecrose ou necrose gordurosa, a chamada mama necrótica corresponde a uma condição benigna que acomete o tecido mamário, geralmente associada a algum tipo de trauma na região.

É importante destacar que as células envolvidas neste processo são de origem adiposa (tecido gorduroso), não apresentando características cancerígenas ou potencial de invasão para outros tecidos ou órgãos. A lesão permanece restrita ao local afetado.

Apesar do nome remeter à ideia de necrose ampla, essa condição se restringe apenas às células adiposas lesionadas, sem risco de necrose de toda a mama.

Para esclarecer melhor o tema, este artigo explica o que é a mama necrótica, quais os principais sintomas, causas e opções de tratamento.

O que é mama necrótica?

A necrose corresponde à morte de células ou tecidos do corpo, como pele, ossos ou músculos. No contexto mamário, a necrose gordurosa afeta exclusivamente o tecido adiposo presente nas mamas.

Durante esse processo, as células de gordura (adipócitos) lesionadas liberam seu conteúdo lipídico no espaço extracelular. Esse acúmulo de gordura forma os chamados cistos oleosos.

Como resposta inflamatória, o organismo tenta isolar esse conteúdo, promovendo o depósito de cálcio ao redor do cisto. Com o tempo, essa região pode evoluir para a formação de tecido cicatricial, mais rígido e denso.

O que causa a mama necrótica?

As principais causas da esteatonecrose mamária estão relacionadas a traumas locais, procedimentos cirúrgicos ou inflamações. Entre os fatores mais comuns estão:

  • Cirurgias na mama (mamoplastia redutora, quadrantectomia, mastectomia);
  • Procedimentos diagnósticos (biópsia mamária);
  • Radioterapia;
  • Traumatismos acidentais na região;
  • Condições inflamatórias (ectasia ductal mamária, hiperplasia mamária).

Segundo o artigo “Necrose gordurosa multinodular mamária”, a condição acomete com maior frequência mulheres de meia idade, obesas, e geralmente se localiza próxima à aréola, onde o fluxo sanguíneo pode ser mais comprometido em casos de lesão.

Quais os sintomas da mama necrótica?

Na maioria dos casos, a esteatonecrose mamária é assintomática. Entretanto, alguns pacientes podem apresentar:

Caroço endurecido

  • Formação de cisto oleoso calcificado ou já cicatrizado;
  • Tamanho variável;
  • Pode desaparecer espontaneamente com o tempo.

Alterações na pele

  • Retração ou inversão do mamilo;
  • Eritema (manchas avermelhadas);
  • Irregularidade na textura da pele (aspecto de covinhas ou espessamento local).

Importante destacar que, apesar do nome, a mama necrótica não apresenta odor fétido, já que o processo ocorre de maneira interna, sem exposição do tecido necrosado ao ambiente.

Qual a importância do diagnóstico correto?

A esteatonecrose pode dificultar o diagnóstico de câncer de mama, uma vez que, em exames de imagem, suas características podem se assemelhar a lesões malignas, dificultando a diferenciação.

Por isso, a investigação adequada é fundamental, utilizando:

  • Mamografia;
  • Ultrassonografia mamária;
  • Ressonância magnética (quando necessário);
  • Biópsia (análise histopatológica).

Dessa forma, evita-se condutas inadequadas, como a realização de mastectomia desnecessária.

Como é feito o tratamento da mama necrótica?

Por se tratar de uma condição benigna, o tratamento da mama necrótica geralmente é conservador.

  • Acompanhamento clínico: para lesões pequenas e assintomáticas, o acompanhamento periódico é suficiente.
  • Punção: utilizada para aspirar o conteúdo oleoso de cistos maiores.
  • Cirurgia: indicada quando há dor persistente, desconforto estético significativo ou distorção importante da mama.

Na maioria dos casos, o próprio organismo absorve gradualmente o cisto oleoso e o tecido cicatrizado, não sendo necessária intervenção.

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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