Paciente em exame em máquina para detectar câncer de mama luminal b e o prognóstico.

Câncer de mama luminal B: conheça o prognóstico e tratamentos

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Paciente em exame em máquina para detectar câncer de mama luminal b e o prognóstico.

O câncer de mama do subtipo Luminal B é uma das classificações moleculares deste tipo de neoplasia, sendo definido com base na presença ou ausência de receptores hormonais (estrogênio e progesterona) e na expressão da proteína HER2.

No caso do câncer de mama Luminal B, o prognóstico está diretamente relacionado ao estágio em que a doença é diagnosticada, assim como ocorre com a maioria dos tipos de câncer. 

Quando identificado precocemente, o prognóstico tende a ser mais favorável, desde que o tratamento adequado seja instituído.

Entretanto, é importante destacar que, apesar de este subtipo de carcinoma invasivo apresentar potencial de cura, o tratamento não elimina completamente o risco de recidiva tumoral.

A seguir, abordaremos de forma mais detalhada as principais características que diferenciam o câncer de mama Luminal B, seu prognóstico e as opções terapêuticas mais indicadas, considerando suas especificidades biológicas.

O que é o câncer de mama Luminal B?

O câncer de mama Luminal B corresponde a um subtipo de carcinoma invasivo, que se desenvolve predominantemente no revestimento interno dos ductos mamários.

De acordo com o artigo “Biological Subtypes of Breast Cancer”, publicado na National Library of Medicine, o câncer de mama Luminal B representa aproximadamente 15 a 20% de todos os casos de câncer de mama.

Diferença entre os subtipos de câncer de mama
Subtipo de câncer de mama	
Carcinoma invasivo luminal A	
Características moleculares	
• Positivo para estrogênio
• Positivo para progesterona
• Negativo para HER2
• Baixo em Ki-67
• Grau mais alto
Carcinoma invasivo luminal B
Características moleculares
• Positivo para estrogênio
• Positivo, pouco ou nenhum receptor para progesterona
• Positivo ou negativo para HER2
• Alto em Ki-67
• Grau mais baixo

Como é feita a identificação do câncer de mama Luminal B?

A identificação do câncer de mama Luminal B é realizada a partir da análise de quatro marcadores específicos:

  • Receptor de estrógeno (RE+);
  • Receptor de progesterona (RP-);
  • Receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2+, ou HER2-);
  • Ki-67 (marcador de proliferação celular).

Para essa avaliação, é necessário realizar uma biópsia mamária, procedimento indicado após a detecção de um tumor por meio de exames de imagem, como a mamografia. 

A partir da amostra coletada, procede-se à análise por imuno-histoquímica (IHC), método que permite identificar a presença ou ausência dos receptores hormonais e da proteína HER2 nas células tumorais.

No caso do câncer de mama Luminal B, o tumor costuma apresentar positividade para o receptor de estrogênio (RE+) e negatividade para o receptor de progesterona (PR-), embora em alguns casos possa haver expressão positiva de ambos os receptores, ainda que de forma menos frequente.

Outra característica importante deste subtipo é que ele pode expressar ou não o receptor HER2, de acordo com informações do site Breastcancer.org.

Além disso, os tumores Luminal B geralmente apresentam níveis elevados da proteína Ki-67, um marcador associado à alta taxa de proliferação celular. Esse fator contribui para o crescimento acelerado do tumor, tornando-o, em geral, maior e mais agressivo em comparação a outros subtipos de câncer de mama.

Por esse motivo, as taxas de recidiva do câncer de mama Luminal B tendem a ser mais elevadas, em função de suas características histológicas e comportamento biológico.

Qual é o prognóstico do câncer de mama Luminal B?

O câncer de mama do subtipo Luminal B apresenta características específicas que influenciam diretamente tanto o prognóstico quanto às estratégias terapêuticas adotadas. 

De modo geral, este subtipo possui um prognóstico menos favorável quando comparado a outros tipos de câncer de mama, principalmente em razão de sua maior agressividade e taxa de proliferação celular.

No entanto, apesar de ser considerado um tumor mais agressivo, o câncer de mama Luminal B tende a responder bem às terapias direcionadas, uma vez que, em grande parte dos casos, apresenta sensibilidade aos hormônios e, eventualmente, ao receptor HER2.

Principais opções de tratamento para o câncer de mama Luminal B

Cirurgia

A remoção do tumor, por meio de quadrantectomia ou mastectomia, é frequentemente uma das primeiras etapas do tratamento. 

Dependendo das características do tumor e da extensão da doença, a cirurgia pode ser realizada de maneira conservadora — preservando a maior parte do tecido mamário — ou de forma radical, com a retirada de grande parte das estruturas mamárias ou até mesmo de toda a mama.

Além disso, a cirurgia pode ser utilizada de forma adjuvante, ou seja, complementar a outros tratamentos, com o objetivo de reduzir o risco de recidiva.

Terapia endócrina

Considerando que o tumor Luminal B é geralmente sensível ao hormônio estrogênio, medicamentos como tamoxifeno ou inibidores da aromatase podem ser administrados com o objetivo de bloquear a ação do estrogênio ou reduzir sua produção no organismo. Essa estratégia contribui para inibir o crescimento e a multiplicação das células tumorais.

Por se tratar de um tratamento de ação sistêmica, a terapia endócrina também atua na eliminação de células cancerígenas que possam ter se disseminado a partir do tumor primário.

Terapia Anti-HER2

Nos casos em que o câncer de mama Luminal B apresenta positividade para o receptor HER2, podem ser utilizados medicamentos específicos, como o trastuzumabe (Herceptin), que atuam de forma direcionada contra essa proteína.

Essa modalidade terapêutica, conhecida como terapia-alvo, permite que os medicamentos atuem de maneira seletiva nas células tumorais que expressam o receptor HER2, preservando as células saudáveis e, consequentemente, resultando em menor incidência de efeitos colaterais.

Quimioterapia

Em situações de maior agressividade ou em estágios mais avançados da doença, a quimioterapia pode ser indicada como parte do tratamento.

Este método utiliza medicamentos de ação sistêmica capazes de destruir células que se multiplicam rapidamente, incluindo as células tumorais.

Radioterapia

A radioterapia é um tratamento frequentemente recomendado após a realização da cirurgia (radioterapia adjuvante), com o objetivo de eliminar possíveis células cancerígenas residuais e, assim, reduzir o risco de recidiva local do câncer.

Existem duas principais abordagens na radioterapia aplicada ao câncer de mama:

  • Radioterapia externa: utiliza um equipamento específico que direciona feixes de radiação de alta energia para a área afetada;
  • Radioterapia interna (braquiterapia): consiste na inserção de uma fonte de radiação próxima ou diretamente na região acometida, promovendo a destruição das células tumorais de forma localizada.

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Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista em São Paulo - Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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