Mulher segundao uma rosa com uma mão e a outra sobreponto o seio para representar que há nódulo palpável na mama.

Nódulo palpável na mama: causas, diagnóstico e quando se preocupar

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Um nódulo palpável na mama pode ser uma lesão benigna, como fibroadenomas, ou indicar a presença de um câncer, por isso, o aparecimento de qualquer tipo de lesão exige avaliação médica imediata.

Mulher segundao uma rosa com uma mão e a outra sobreponto o seio para representar que há nódulo palpável na mama.

Essa alteração no tecido mamário pode surgir por diversas razões, desde condições benignas até casos que requerem maior atenção. 

O diagnóstico precoce aumenta as chances de um tratamento mais eficaz e menos invasivo. Portanto, ao perceber um nódulo ou qualquer alteração, o indivíduo deve procurar orientação médica.

Na maioria dos casos, o nódulo palpável na mama é benigno, como o fibroadenoma, que ocorre principalmente em mulheres mais jovens. 

Contudo, a possibilidade de ser um câncer de mama é maior em mulheres com mais de 40 anos de idade. A cada ano, a probabilidade do nódulo ser maligno aumenta progressivamente.

Além do envelhecimento, há outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença, como obesidade, sedentarismo, má alimentação, alcoolismo, gravidez tardia, menarca precoce, entre outros.

O histórico familiar de câncer e a mutação em genes específicos também contribuem para o desenvolvimento da doença.

Por isso, é essencial realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos de idade, para identificar a natureza das lesões e seguir com a abordagem mais indicada.

Neste artigo, você vai conhecer as causas para o aparecimento de um nódulo palpável na mama, os métodos de diagnóstico e os sinais que indicam a necessidade de procurar um mastologista. 

O que pode causar um nódulo palpável na mama?

Este tipo de lesão pode ter diferentes causas, e nem todas estão relacionadas ao câncer de mama. Conheça melhor quais podem ser elas:

Fibroadenomas

O fibroadenoma é o tipo mais comum de tumor benigno da mama. Ele se forma a partir do crescimento anormal de tecidos glandulares e fibrosos. 

É mais frequente em mulheres jovens, entre 15 e 35 anos, embora possa surgir em qualquer faixa etária.

Geralmente, o fibroadenoma se apresenta como um nódulo firme, elástico, arredondado e bem delimitado, que se movimenta com facilidade ao toque. Ele costuma ser indolor e pode variar de poucos milímetros até alguns centímetros.

Apesar de ser benigno, é fundamental realizar o acompanhamento do nódulo palpável na mama com um mastologista. 

Em alguns casos, pode ser indicada a retirada cirúrgica, principalmente quando o nódulo apresenta crescimento rápido ou causa desconforto.

Cistos mamários

Os cistos mamários são bolsas cheias de líquido que se desenvolvem dentro do tecido mamário. Eles são mais comuns em mulheres com mais de 35 anos. 

Quando palpáveis, os cistos geralmente se apresentam como caroços arredondados, móveis e de consistência macia. 

Alguns podem causar dor, principalmente quando crescem de tamanho ou durante o ciclo menstrual. 

Nos casos em que o nódulo palpável provoca dor ou desconforto, pode ser feita uma punção para drenagem do líquido. 

O cisto pode ser simples, com conteúdo majoritariamente líquido e homogêneo, ou complexo, com porções de massa densa. Neste caso, é necessário analisar sua formação para analisar a natureza da lesão.

Mastite e abscessos

A mastite é uma inflamação do tecido mamário que ocorre com mais frequência em mulheres durante o período de amamentação.

Entretanto, também pode surgir em outros momentos, em mulheres com 15 a 45 anos de idade, que ainda estão com os níveis hormonais estabilizados.

Apesar de não ser uma condição grave, exige tratamento adequado. Caso não seja, a mastite pode evoluir para a formação de um abscesso, um acúmulo de pus que se manifesta como um nódulo palpável doloroso e visível na mama.

Nesses casos, o tratamento pode envolver antibióticos e, em situações mais graves, a drenagem cirúrgica do abscesso.

Lipoma

O lipoma é um tumor benigno formado por tecido adiposo. Ele pode aparecer em diversas partes do corpo, inclusive nas mamas. 

O crescimento costuma ser lento e o nódulo, quando palpável, é macio, bem delimitado, móvel e indolor. No entanto, o indivíduo pode sentir dor se o nódulo pressionar nervos ou vasos sanguíneos.

Em geral, não há necessidade de tratamento, exceto quando o nódulo aumenta muito de tamanho ou causa desconforto estético ou físico.

Carcinoma in situ

O carcinoma in situ é uma forma inicial de câncer de mama, em que as células anormais estão restritas aos ductos ou lóbulos mamários e ainda não invadiram os tecidos ao redor. 

Na maioria das vezes, este tipo de lesão não apresenta um nódulo palpável, mas existe uma pequena possibilidade.

Apesar de não representar um risco imediato, o carcinoma in situ pode evoluir para uma forma invasiva se não for tratado adequadamente. 

Por isso, a identificação precoce é essencial para definir o plano de tratamento, que pode envolver cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou outros tipos de terapia, o que depende da histologia do tumor.

Carcinoma invasivo

O carcinoma invasivo é caracterizado por células cancerígenas que possuem a capacidade de invadir os tecidos adjacentes da mama.

Essa é a forma mais comum de câncer de mama e tem potencial de disseminação para outras partes do corpo, como linfonodos axilares e órgãos distantes.

O nódulo palpável na mama associado ao carcinoma invasivo, geralmente, é endurecido, de contornos irregulares, fixo ou pouco móvel, e indolor. 

Em alguns casos, pode haver alterações visíveis na mama, como inversão do mamilo, espessamento da pele ou aspecto de casca de laranja, além de secreção papilar e ulceração.

O tratamento depende do subtipo do tumor, estadiamento e características da paciente, podendo incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo.

Como é feito o diagnóstico do nódulo na mama palpável?

O diagnóstico de qualquer tipo de lesão começa pela avaliação clínica com um médico mastologista, que investiga as características do nódulo, histórico pessoal e familiar, e fatores de risco da paciente. 

A partir disso, são indicados exames de imagem e, se necessário, procedimentos complementares para definir a natureza da lesão.

Exame clínico das mamas

Durante a consulta, o especialista realiza a palpação das mamas e das regiões axilares para identificar a consistência, tamanho, mobilidade e localização do nódulo. 

Nódulos endurecidos, irregulares e aderidos aos planos profundos levantam maior suspeita, enquanto os móveis e de contornos regulares são mais frequentemente benignos. 

Ainda assim, essa avaliação isolada não é suficiente para confirmar o diagnóstico, sendo necessário complementar com exames de imagem.

Mamografia

A mamografia é o principal exame de rastreamento e investigação de alterações mamárias a partir dos 40 anos. 

Ela permite visualizar áreas densas, microcalcificações e distorções nos tecidos da mama, mesmo quando não há nódulo visível ao toque.

No caso de nódulo palpável, a mamografia ajuda a identificar suas características radiológicas, como bordas espiculadas, densidade e presença de calcificações associadas, que podem sugerir maior risco de malignidade.

Ultrassonografia mamária

A ultrassonografia é amplamente utilizada, principalmente em mulheres com mamas densas ou com idade inferior a 40 anos. 

O exame é eficaz para diferenciar nódulos sólidos de cistos e avaliar o grau de vascularização, contornos e presença de linfonodos alterados.

Além disso, o ultrassom é o exame mais adequado para guiar biópsias, quando necessário. Ele também é útil para acompanhar lesões benignas já identificadas, para evitar intervenções desnecessárias.

Ressonância magnética

A ressonância das mamas é indicada em situações específicas, como pacientes com alto risco para câncer de mama, como mutações genéticas e histórico familiar de câncer, ou quando os exames anteriores não foram conclusivos. 

Ela oferece maior sensibilidade na detecção de lesões multifocais, multicêntricas ou ocultas em mamas densas.

Apesar da alta sensibilidade, a ressonância pode gerar achados que não representam câncer, sendo sempre correlacionada com outros exames e com a avaliação clínica.

Biópsia mamária

Quando há suspeita de malignidade ou dúvida sobre a natureza da lesão, é indicada a biópsia da mama, que consiste na retirada de uma amostra do tecido mamário para análise anatomopatológica.

Existem diferentes técnicas, como:

  • Punção por agulha fina (PAAF): usada principalmente para avaliar cistos ou linfonodos;
  • Core biopsy (biópsia com agulha grossa): mais utilizada para nódulos sólidos, fornece fragmentos de tecido que permitem avaliação mais completa;
  • Mamotomia (biópsia com agulha grossa assistida por vácuo): indicada para lesões menores, com com possibilidade de remoção completa em alguns casos.

O laudo da biópsia permite confirmar se o nódulo é benigno, maligno ou se necessita de investigação adicional. Com esse resultado, é possível definir a conduta mais adequada.

Quando se preocupar com um nódulo palpável na mama?

Nem todo nódulo palpável representa um risco imediato. Algumas lesões benignas não existem intervenção, a não ser que cresçam, apresentem dor ou desconforto estético. 

Por outro lado, lesões malignas exigem intervenção imediata. Quanto antes o diagnóstico for realizado, menores são as complicações e mais eficaz é o tratamento.

Ao notar qualquer alteração na mama, o primeiro passo é procurar atendimento médico. Somente a avaliação clínica, aliada aos exames adequados, poderá determinar a natureza do nódulo.

Mesmo lesões que se mostram benignas ao toque devem ser confirmadas por imagem e, se necessário, por biópsia. Acompanhamento regular também pode ser indicado para lesões benignas.

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista em São Paulo - Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Einstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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