Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher.
Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.
O Outubro Rosa reforça a importância de consultar um mastologista regularmente, porque possibilita a detecção precoce e aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido.

A campanha do Outubro Rosa tem o objetivo de alertar a população, principalmente as mulheres, sobre os cuidados com a saúde mamária e o impacto da detecção precoce do câncer de mama no sucesso do tratamento.
Mesmo sem sintomas aparentes, é fundamental consultar um mastologista regularmente e realizar os exames conforme a orientação médica.
O câncer de mama é uma doença que pode se desenvolver de forma silenciosa nos estágios iniciais, portanto, os pacientes podem ser assintomáticos.
Como o tumor consegue crescer e até invadir tecidos adjacentes antes de manifestar sinais clínicos, o comprometimento da mama pode ser maior até que ocorra o diagnóstico.
Isso prejudica as chances de tratamento e, inclusive, pode exigir abordagens mais agressivas e estender o plano de tratamento por mais tempo.
Por isso, é fundamental aumentar a conscientização sobre a prevenção e detecção precoce, principalmente porque o câncer de mama ainda é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil e no mundo.
De acordo com o Inca, para o ano de 2025 foram previstos cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama.
Além disso, é importante considerar que a maioria dos casos não têm relação genética, o que significa que qualquer mulher, independentemente do histórico familiar, pode desenvolver a doença.
Segundo o Ministério da Saúde, menos de 10% dos diagnósticos de câncer de mama estão relacionados a fatores hereditários.
Isso enfatiza a importância de práticas de autocuidado e da realização de exames de rotina, como a mamografia, que é recomendada anualmente a partir dos 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), ou com maior frequência, se houver fatores de risco.
O que é o Outubro Rosa?
Outubro Rosa é uma campanha mundial de conscientização sobre o câncer de mama, promovida todos os anos ao longo do mês de outubro.
Seu principal objetivo é alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e incentivar a realização de exames preventivos, como a mamografia.
A campanha surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, com ações voltadas para arrecadação de fundos e disseminação de informações sobre o câncer de mama.
Com o tempo, o movimento ganhou força internacional e chegou ao Brasil em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera foi iluminado de rosa pela primeira vez.
Desde então, o movimento passou a incluir também orientações de autocuidado, apoio ao tratamento e valorização da saúde feminina como um todo.
Por que consultar um mastologista sem sintomas aparentes?
A campanha do Outubro Rosa reforça uma mensagem muito importante: a ausência de sinais ou sintomas perceptíveis não significa ausência de risco.
Muitas mulheres só procuram por um mastologista quando notam algo diferente nas mamas. No entanto, o câncer de mama pode estar presente mesmo quando não há dor, nódulo palpável ou qualquer outro sintoma.
Segundo o Estudo Amazona, elaborado por pesquisadores brasileiros, mais de 70% dos casos de câncer de mama são descobertos pelas próprias pacientes, muitas vezes em estágios mais avançados.
Muitas alterações só são percebidas em exames de rotina, como a mamografia, que pode identificar lesões ainda em estágio inicial, muito antes de se tornarem palpáveis ou visíveis.
Além disso, sinais clínicos perceptíveis costumam se manifestar em estágios mais avançados do câncer de mama, quando o tumor já está maior ou se espalhou para outros locais, o que piora o prognóstico.
Portanto, adiar a consulta pode significar perder a oportunidade de um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficiente e seguro.
A detecção precoce aumenta as chances de um tratamento bem-sucedido e menos invasivo. Por isso, mesmo sem sintomas visíveis, inclua a consulta com um mastologista no seu cuidado anual com a saúde.
Quais são os fatores de risco associados ao câncer de mama?
Embora a consulta regular seja essencial para todas as mulheres, conhecer os fatores de risco também é essencial na prevenção contra a doença.
Fatores ambientais possuem uma importância maior para o desenvolvimento do câncer de mama do que fatores genéticos e hereditários.
Algumas mutações, como ocorre nos genes BRCA1 e BRCA2, estão associadas a um risco maior de desenvolver câncer de mama, mas a maioria dos casos não é hereditária.
Fatores endócrinos, reprodutivos e biológicos podem ser facilmente reconhecidos pelos pacientes, e estão associados a um risco maior:
- Idade: o risco aumenta com a idade, principalmente após os 50 anos;
- Menstruação: início precoce da menstruação (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (após os 55 anos);
- Gravidez: mulheres que não tiveram filhos ou que tiveram a primeira gravidez após os 30 anos;
- Uso de hormônios: terapias de reposição hormonal durante a menopausa.
Além destes, fatores comportamentais também estão relacionados ao câncer de mama.
O estilo de vida, como sedentarismo, alimentação inadequada, consumo excessivo de álcool e obesidade estão entre os principais fatores de risco modificáveis.
Mulheres com mamas densas também têm um risco maior. Isso não significa que exista uma maior probabilidade de desenvolver a doença, apenas que a densidade pode dificultar a detecção precoce em mamografias.
Além disso, a exposição à radiação ionizante, agrotóxicos, substâncias químicas e poluentes tóxicos também são fatores que contribuem para a doença.
Qual é o momento para começar os exames de rastreamento?
Realizar consultas regulares possibilita o acompanhamento das mamas, a análise de fatores de risco individuais e a indicação dos exames mais adequados para cada faixa etária.
A recomendação é que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos, conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), sendo que os riscos aumentam progressivamente com o envelhecimento.
Os casos em que o câncer de mama é diagnosticado em mulheres com menos de 35 anos são raros. Contudo, mulheres que apresentam fatores de risco podem precisar iniciar o rastreamento mais cedo ou com mais frequência.
O acompanhamento deve ser realizado por um mastologista, que é o médico especializado no cuidado das mamas.
Ele avalia fatores de risco, histórico familiar, hábitos de vida e orienta sobre a periodicidade ideal para realização de exames, como mamografia, ultrassonografia e, em alguns casos, ressonância magnética.
Além disso, é o profissional capacitado para interpretar os achados clínicos e indicar biópsias ou outras investigações, caso seja necessário.

Para falar sobre a campanha, O Jornal da Câmara recebeu em seu estúdio o Dr. Felipe Andrade, que é membro da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Conheça o Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP.
O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama.
Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.
Atualmente, o Dr. Felipe Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Einstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.
Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.
Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.
O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.
Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.