Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher.
Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.
O câncer de mama em jovens pode apresentar sintomas semelhantes aos das mulheres mais velhas, mas muitas vezes é diagnosticado tardiamente.

Nos últimos anos, observou-se um crescimento no número de diagnósticos de câncer de mama em jovens, principalmente em mulheres com menos de 40 anos.
Embora a doença continue sendo mais comum em mulheres acima dos 50, essa mudança de perfil tem chamado atenção de especialistas no Brasil e no mundo.
Entre os fatores apontados, destacam-se os hábitos alimentares, o padrão reprodutivo atual e o maior acesso ao diagnóstico precoce.
Quando falamos em câncer de mama em jovens e seus sintomas, é importante reforçar que a manifestação clínica pode ser semelhante à das pacientes mais velhas.
No entanto, os sinais costumam ser negligenciados ou confundidos com alterações benignas, principalmente porque acredita-se que a doença é mais comum em pacientes com mais de 50 anos.
Neste artigo, você vai entender quais são os principais sintomas, os fatores que contribuem para o aumento da incidência do câncer de mama em mulheres jovens e por que o acompanhamento com um mastologista é essencial.
Câncer de mama em jovens: quais os principais sintomas?
Os sintomas do câncer de mama em jovens são, em grande parte, semelhantes aos observados em mulheres mais velhas.
O principal sintoma é o nódulo palpável, geralmente firme, indolor e de crescimento progressivo.
Outros sinais que merecem atenção incluem:

Um dos desafios no diagnóstico precoce é que, nas mulheres jovens, a mama costuma ser mais densa, o que dificulta a identificação de alterações em exames de imagem tradicionais, como a mamografia.
Além disso, o câncer de mama é menos esperado nessa fase da vida, o que contribui para o atraso no diagnóstico.Por isso, os sintomas iniciais podem ser subestimados tanto pelas pacientes quanto por profissionais da saúde.
Por isso, ao perceber qualquer mudança persistente na mama, mesmo sem histórico familiar, é essencial procurar um mastologista.
A investigação deve incluir exame clínico e, dependendo do caso, ultrassonografia, ressonância magnética e, se necessário, biópsia, principalmente em casos de alto risco.
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Por que o câncer de mama tem aumentado em mulheres jovens?
Diversos estudos, como o de Tendências globais sobre câncer de mama, publicado no BMJ Oncology Journal, apontam um crescimento no número de casos de câncer de mama entre mulheres com menos de 40 anos.
Essa tendência pode ser explicada por uma combinação de fatores reprodutivos, comportamentais e diagnósticos.
Um dos motivos é o maior acesso a consultas e exames, o que facilita a detecção precoce.
Hoje, há mais campanhas voltadas à saúde da mulher, maior conscientização sobre a importância de investigar sintomas mamários e avanços nos métodos diagnósticos.
Com isso, tumores que antes poderiam passar despercebidos agora são identificados ainda nos estágios iniciais.
Outro fator importante é o padrão reprodutivo das mulheres que mudou ao longo dos últimos anos.
A primeira gestação mais tardia, a redução no número de filhos e a menor duração da amamentação diminuem o efeito protetor natural da gravidez sobre o tecido mamário.
Isso é especialmente relevante em mulheres com mutações genéticas, como nos genes BRCA1 e BRCA2, em que a gestação pode exercer um papel protetor.
Além disso, hábitos alimentares e a crescente exposição a alimentos ultraprocessados também vêm sendo discutidos como possíveis contribuintes para o aumento da incidência.
Embora ainda não haja consenso científico definitivo, pesquisas apontam que conservantes, aditivos químicos e altos índices glicêmicos podem influenciar o risco de câncer de mama.
Outro aspecto levantado é o uso de anticoncepcionais hormonais, que pode ter uma pequena associação com o risco aumentado de câncer de mama.
Apesar de considerado mínimo, o tema merece atenção e aprofundamento, principalmente em mulheres com histórico familiar da doença ou que apresentam fatores de risco.

Existe diferença no tipo de tumor em mulheres mais jovens?
O câncer de mama em mulheres jovens tende a apresentar características biológicas mais agressivas quando comparado ao de pacientes mais velhas.
Estudos mostram que esses tumores são mais frequentemente de alto grau, com maior proliferação celular (Ki-67 elevado) e menor expressão de receptores hormonais (RH), o que limita algumas opções terapêuticas.
Além disso, é comum que a doença esteja associada a alterações genéticas, como mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, segundo o artigo Câncer de mama em mulheres jovens, publicado na Revista Brasileira de Cancerologia.
Essas mutações não apenas aumentam o risco de câncer de mama, mas também estão relacionadas a tumores do subtipo triplo-negativo, um dos mais agressivos e de difícil tratamento.
De forma geral, os tumores em mulheres mais jovens costumam crescer mais rapidamente e ter maior chance de recidiva, o que exige tratamentos mais intensivos e acompanhamento rigoroso.
No entanto, quando diagnosticados precocemente e tratados de forma adequada, muitos casos apresentam bom prognóstico.
Por isso, mesmo em mulheres sem sintomas, o rastreamento individualizado e a atenção aos fatores de risco devem fazer parte do cuidado preventivo desde cedo.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP.
O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama.
Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de Ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.
Atualmente, o Dr. Felipe Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Einstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.
Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.
Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.
O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.
Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.