Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher.
Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.
O carcinoma lobular invasivo é um câncer de mama maligno que requer atenção para diagnóstico precoce e tratamento integrado. Com as medidas de prevenção, é possível identificar a doença em estágios iniciais, aumentando as chances de cura.

O carcinoma lobular invasivo é o segundo tipo de câncer de mama invasivo mais comum entre as mulheres.
Por isso, é fundamental entender suas características e sinais clínicos, para identificar rapidamente qualquer alteração nas mamas.
Assim, o médico consegue realizar um diagnóstico precoce para elaborar e seguir com o tratamento mais eficaz para a doença.
Neste artigo, você vai entender melhor sobre o que é o carcinoma lobular invasivo, seus sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos disponíveis.
Boa leitura!
O que é carcinoma lobular invasivo?
Este carcinoma é um tipo de câncer de mama que se origina nos lóbulos mamários, isto é, as glândulas produtoras de leite.
Diferentemente do carcinoma lobular in situ (CLIS), esse tem o potencial de invadir os tecidos adjacentes, como gordura e músculos, e cresce de forma difusa.
Segundo a National Breast Cancer Foundation (NBCF), o carcinoma lobular invasivo (CLI) representa de 10% a 15% dos casos de câncer de mama invasivo.
Além disso, cerca de 80% dos diagnósticos possuem receptores hormonais (RH+), que podem ser positivos para estrogênio (RE+) ou progesterona (RP+).
Apesar desses receptores nas células cancerígenas estimularem o crescimento dos tumores, o carcinoma lobular invasivo costuma ter um crescimento mais lento do que outros tipos de câncer de mama.
Por outro lado, são mais raros os casos em que pacientes com CLI também sejam positivos para a proteína HER2 (receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano).
Segundo o National Cancer Institute (NCI), os carcinomas lobulares invasivos RH+/HER2- representam apenas 11% de todos os casos.
Ainda conforme o NCI, o CLI acomete majoritariamente mulheres com mais de 60 anos, representando aproximadamente 67% dos diagnósticos.
Isso significa que é essencial que as mulheres dentro dessa faixa etária façam os exames de detecção regularmente e sigam as orientações quanto aos cuidados preventivos.
Quais são os subtipos do carcinoma lobular invasivo?
O CLI apresenta diferentes subtipos que são definidos pela aparência e características das células cancerígenas, que podem impactar o comportamento do tumor, embora todos sejam tratados de forma semelhante.

Esses subtipos são identificados por biópsia e ajudam a personalizar o tratamento, considerando a agressividade e o risco de recorrência.
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Quais são os sintomas do carcinoma lobular invasivo?
O CLI pode apresentar sinais clínicos mais sutis, principalmente nos estágios iniciais, o que pode dificultar o diagnóstico precoce.
Isso ocorre principalmente porque, diferentemente do carcinoma ductal invasivo, ele não forma um nódulo sólido.
O tumor do carcinoma lobular invasivo cresce ao longo dos lóbulos mamários. Portanto, não cresce a massa característica que os pacientes costumam associar ao câncer de mama.
O paciente não costuma sentir dor, mas é possível sentir a região endurecida nas mamas ou próximo às axilas, além de inchaço.
Quando o paciente apresenta aumento dos linfonodos axilares, é possível senti-los e sentir a região dolorida.
Outro possível sintoma é a secreção anormal dos mamilos, que pode ser esbranquiçada, rosada ou avermelhada, cuja coloração é definida pela falta ou presença de sangue.
Além destes sintomas, nos estágios mais avançados, o paciente pode perceber alterações na pele, como vermelhidão, textura da mama semelhante à casca de laranja ou retrações na pele.
Quando já houve grande comprometimento dos tecidos, também pode ocorrer a inversão do mamilo.
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O carcinoma lobular invasivo é maligno?
Sim, este tipo de câncer é considerado maligno pelo seu potencial de não somente crescer e invadir tecidos adjacentes, como também gerar metástases, que podem alcançar outras partes do corpo.
Isso ocorre quando as células cancerígenas desprendem-se do tumor principal e atingem a corrente sanguínea ou o sistema linfático, que as carregam pelo organismo até que se alojem em outros tecidos.
As células deste tipo de câncer crescem de forma descontrolada e silenciosa, o que torna este câncer mais complexo de ser detectado.
A demora no diagnóstico permite que o CLI espalhe-se pelo corpo, o que pode dificultar o tratamento e até reduzir a taxa de sobrevida.
Como é feito o diagnóstico do carcinoma lobular invasivo?
O primeiro passo para identificar a doença é realizar o autoexame em casa, para verificar qualquer alteração nas mamas, nos mamilos ou nas axilas.
Conhecer o próprio corpo e reconhecer os sinais clínicos do carcinoma invasivo lobular é essencial para realizar um diagnóstico precoce.
Mesmo que a incidência da doença seja maior em mulheres com mais de 60 anos, é essencial realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos.
Isso possibilita que o médico conheça as particularidades do paciente e consiga reconhecer alterações com mais assertividade.
Como o carcinoma lobular invasivo é mais difícil de rastrear na mamografia, pela falta de nódulos, é necessário realizar exames adicionais para conseguir distinguir a densidade das mamas dos tumores.
A ultrassonografia e a ressonância magnética são essenciais para avaliar lesões difusas, enquanto a biópsia confirma o diagnóstico, identificando o tipo histológico, o grau (1 a 3) e o status de receptores hormonais (RE/RP) ou HER2.
Testes como imuno-histoquímica (IHC) e hibridização fluorescente in situ (FISH) podem determinar se o tumor é HER2-positivo, RE-positivo ou RP-positivo, orientando o tratamento.
Além destes exames, segundo o National Breast Cancer Institute, o carcinoma lobular invasivo pode estar relacionado a mutações no gene CDH1, então, é possível realizar testes genéticos para identificar essas alterações.
Esses métodos ajudam a identificar células atípicas precursoras de tumores, aumentando as chances de cura quando detectadas precocemente.
Quais são os tratamentos para o carcinoma lobular invasivo?
O tratamento do câncer de mama depende do estágio, do grau histológico/nuclear e da extensão do tumor.
A cirurgia de remoção parcial da mama ou a remoção total são as principais opções para tratar o câncer.
A escolha da abordagem depende da avaliação do médico e da possibilidade em remover uma margem de segurança, para evitar tecidos cancerígenos residuais no paciente.
Para casos de linfonodos positivos, metástases ou tumores de grau mais alto, ritmo de crescimento acelerado e probabilidade de reincidência maior, é necessário seguir com tratamentos adjuvantes.
A quimioterapia ou a radioterapia podem ser indicadas para destruir as células cancerígenas remanescentes após a cirurgia.
Se o tumor for positivo para receptores de estrogênio (RE) ou progesterona (RP), medicamentos como tamoxifeno ou inibidores da aromatase podem ser prescritos.
Em casos de CLI HER2-positivo, terapias direcionadas com trastuzumabe, por exemplo, podem ser usadas, embora sejam menos comuns, porque a maioria dos CLI é RH-positivo e HER2-negativo.
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Conheça o Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP.
O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama.
Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.
Atualmente, o Dr. Felipe Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.
Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.
Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.
O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.
Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.