Mulher com mãos ao redor do peito para representar dor no bico da mama.

Dor no bico da mama: o que pode ser e quando procurar um médico?

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

A dor no bico da mama pode estar relacionada a alterações hormonais, gravidez, amamentação ou até mesmo a causas mais específicas, como traumas, infecções ou lesões sólidas. 

Mulher com mãos ao redor do peito para representar dor no bico da mama.

Em qualquer momento da vida, as mulheres podem sentir dor no bico da mama. Esse sintoma pode ser cíclico, que pode estar associado à alterações hormonais, ou acíclico, que pode ser constante ou intermitente.

Assim sendo, há diferentes motivos que podem causar a dor no bico da mama, como gravidez, inflamações, traumas, caroços ou atritos com a roupa.

Por isso, é essencial procurar um médico, principalmente quando o sintoma é acompanhado de outros sinais clínicos, como alterações na pele das mamas, secreção anormal dos mamilos, entre outros.

Investigar a causa é essencial para descartar condições mais graves, mas, caso seja, seguir com o tratamento mais adequado para evitar complicações e preservar a qualidade de vida do paciente.

Neste artigo, você vai entender o que pode ser dor no bico da mama, quando esse sintoma pode estar relacionado à oscilação hormonal e quais sinais indicam a necessidade de uma avaliação profissional.

É normal sentir dor no bico da mama?

Muitas mulheres apresentam mastalgia (dor mamária) ao longo da vida. Ela pode ocorrer de forma cíclica, geralmente relacionada ao ciclo menstrual, ou acíclica, que pode ter origem em diferentes causas.

Contudo, a dor no bico da mama é um sintoma mais específico, o que exige uma investigação mais detalhada e pode necessitar de um tratamento direcionado, já que pode não ter origem hormonal.

Mas como aliviar a dor no bico da mama? O tratamento depende da origem, por isso, é fundamental que pacientes não se automediquem, para não causar efeitos colaterais ou até mesmo piorar a intensidade da dor.

Continue lendo para entender melhor o que pode ser este sintoma.

Dor no bico da mama pode ser o quê?

A dor mamária pode estar associada a diversas causas que podem atingir os tecidos mamários, e o tratamento deve ser personalizado, principalmente se a condição colocar em risco a saúde do paciente.

Veja abaixo quais podem ser outras prováveis causas para a dor no bico da mama:

Cisto mamário

Os cistos são formações benignas compostas por líquido que podem se desenvolver no tecido mamário. 

Eles são associados ao amadurecimento do tecido mamário, que ocorre entre os 27 e 30 anos até a menopausa. O uso de terapia hormonal, mesmo após a menopausa, também pode contribuir para a formação de cistos.

Embora não apresentem risco para a saúde, os cistos podem causar dor localizada e sensibilidade, inclusive no bico da mama, principalmente quando aumentam de volume ou estão próximos de estruturas sensíveis. 

Nódulo na mama

A dor no bico da mama pode estar associada a um nódulo sólido, que pode ser composto por tecido fibroso, glandular e adiposo.

Os fibroadenomas, por exemplo, são lesões benignas que podem aparecer principalmente em mulheres de 15 a 35 anos de idade.

Geralmente, os fibroadenomas são indolores, mas algumas mulheres podem sentir dor, o que depende de sua localização e tamanho.

O período menstrual também pode fazer o nódulo crescer e comprimir estruturas próximas, assim como a gestação e a lactação, o que pode causar a dor no bico da mama.

Câncer de mama

Embora o câncer de mama raramente cause dor nos estágios iniciais, em alguns casos, a presença de nódulos próximos à região do mamilo podem gerar desconforto.

Nos estágios mais avançados, a dor pode ser um sintoma comum, por causa da inflamação dos tecidos mamários e da obstrução de estruturas causada pelo crescimento do tumor.

Diante de qualquer sintoma persistente, é essencial realizar uma avaliação com um mastologista. O diagnóstico precoce é a melhor forma de garantir um tratamento eficaz e com maiores chances de sucesso.

Mastite

A mastite é uma inflamação da mama que costuma ocorrer durante a amamentação, mas também pode afetar mulheres fora do período de lactação. 

Ela se manifesta quando bactérias entram pelos ductos mamários, geralmente por fissuras no mamilo, e causam infecção.

Os principais sintomas incluem dor intensa, inchaço, vermelhidão, sensação de calor local e, em alguns casos, febre. 

A dor pode ser sentida em toda a mama ou especificamente no bico, o que torna o toque e a amamentação dolorosos. 

O tratamento costuma envolver o uso de antibióticos e cuidados locais, e o acompanhamento médico é fundamental para evitar complicações, como a formação de abscessos.

Amamentação

A dor pode se manifestar em mulheres em  amamentação, principalmente nos primeiros dias após o parto. 

A dor no bico da mama pode ser causada por diferentes fatores, como sucção incorreta, uso inadequado de bombas extratoras de leite ou até mesmo por infecções que afetam a região do mamilo.

Isso também pode ocorrer porque, durante este período, é comum que os mamilos fiquem mais sensíveis, principalmente quando o bebê ainda está aprendendo a fazer a pega corretamente. 

Quando a pega está inadequada, o mamilo sofre atrito excessivo, o que pode levar ao surgimento de fissuras dolorosas, sangramentos e inflamação local.

O atrito contínuo ou a pressão excessiva pode provocar microtraumas na região do bico da mama, que acabam dificultando a continuidade da amamentação.

Fricção com as roupas

Mulheres com mamilos mais sensíveis ou que já apresentam alguma lesão na região podem sentir dor no bico da mama de forma recorrente, por causa do atrito contínuo com roupas.

Esse tipo de dor pode surgir em qualquer fase da vida, sendo mais frequente em períodos de maior sensibilidade mamária, como antes da menstruação, na gestação ou durante a amamentação.

Tecidos ásperos, costuras rígidas, sutiãs mal ajustados e o uso prolongado de roupas justas podem irritar o mamilo e causar microlesões, vermelhidão e ardência. 

Essa fricção repetitiva, mesmo sem lesões aparentes, pode tornar a área mais dolorida ao toque e provocar desconforto ao longo do dia.

Durante a prática de atividades físicas, o atrito tende a ser mais intenso devido ao aumento da movimentação das mamas. 

Por isso, é essencial o uso de tops de sustentação adequados, que reduzam o deslocamento e evitem o contato direto do mamilo com o tecido da roupa.

Eczema

Também chamado de dermatite atópica, pode acometer a pele do mamilo e da aréola, provocando sintomas como vermelhidão, coceira, descamação e dor no bico da mama. 

Esse quadro inflamatório é mais comum em pessoas com histórico de alergias ou pele sensível, mas também pode acometer pessoas que não sofrem alergias, já que é uma condição crônica.

O eczema mamilar pode se manifestar por diversas causas, como estresse emocional, irritação contínua, inclusive por amamentação ou roupas apertadas, e até exposição frequente à umidade ou suor na região.

É importante diferenciar o eczema de outras condições mamárias, como infecções ou até doenças mais sérias. 

A dermatite atópica, por exemplo, costuma surgir de forma bilateral e é mais comum em pessoas com outros quadros alérgicos, como rinite, asma ou alergias cutâneas.

Reação alérgica

Reações alérgicas podem afetar a região do bico da mama e provocar sintomas como ardência, coceira, vermelhidão, inchaço e até dor no bico da mama localizada. 

A pele do mamilo é naturalmente mais sensível, o que a torna mais vulnerável ao contato com agentes alergênicos.

Essas reações podem surgir devido a diversos fatores, como sabonetes, cremes corporais, desodorantes e pomadas, além de detergentes e amaciantes usados para lavar roupas íntimas.

A reação alérgica também pode se manifestar por causa do contato com materiais sintéticos presentes em sutiãs, camisetas, forros de absorventes, bombas extratoras de leite e adesivos ou curativos aplicados sobre a pele.

O quadro clínico costuma ser semelhante a uma dermatite, e os sintomas podem se agravar com o suor, o calor ou o atrito constante da roupa. 

Candidíase mamária

A candidíase mamária é uma infecção fúngica causada pelo crescimento excessivo da Candida albicans.

Esse fungo faz parte da microbiota da pele, inclusive das mamas, portanto, também pode afetar os mamilos, principalmente durante a amamentação. 

A condição é mais comum em lactantes, mas também pode surgir em outras situações que favorecem o desequilíbrio da flora da pele.

Essa infecção pode ocorrer quando há fissuras nos mamilos, geralmente provocadas pelo atrito durante a amamentação ou uso de bombas de leite, que permitem a entrada do fungo. 

O uso de antibióticos por longos períodos, a presença de candidíase oral no bebê ou o excesso de umidade na região também são fatores de risco para a condição.

Por muitas vezes, a candidíase mamária é confundida com a mastite, mas a dor causada pela infecção fúngica costuma ser mais localizada e intensa nos mamilos. 

Uso de medicamentos

Alguns medicamentos podem provocar sensibilidade e dor no bico da mama como efeito colateral, principalmente aqueles que interferem na produção ou regulação de hormônios. 

Essas substâncias podem sensibilizar o tecido mamário, tornando os mamilos mais doloridos, inchados ou sensíveis ao toque.

Anticoncepcionais hormonais, como pílulas, adesivos e injeções, reposição hormonal, antidepressivos tricíclicos e antipsicóticos podem causar este sintoma.

Esteroides anabolizantes e outras terapias hormonais também podem afetar diretamente o tecido mamário.

Além disso, medicamentos que aumentam a retenção de líquidos ou influenciam a atividade hormonal do organismo podem causar inchaço mamário e dor.

É importante observar se a dor no bico da mama surgiu após o início de um novo tratamento ou ajuste de dose. Em muitos casos, o ajuste da medicação é suficiente para aliviar o desconforto. 

Quando a dor no bico da mama é sinal de alerta?

Nem toda dor no bico da mama indica um problema grave. No entanto, há situações em que é fundamental procurar avaliação médica.

Fique atento aos seguintes sinais:

Sintomas do câncer de mama Presença de nódulos: Indolor Duro Definido ou irregular Alterações na pele: Vermelhidão Inchaço Descamação Ulceração Secreção anormal nos mamilos: Espontânea Unilateral Transparente, rosada ou avermelhada Inversão ou mudança na posição do mamilo Alterações na forma ou tamanho das mamas Linfonodos palpáveis na região das axilas.

Nesses casos, o ideal é realizar uma avaliação clínica seguida de exames de imagem, como ultrassonografia mamária, mamografia ou ressonância magnética, conforme a indicação médica.

A investigação da dor no bico da mama envolve a observação dos sintomas associados e a realização de exames adequados. 

Quando há suspeita de nódulo sólido, é importante verificar suas características por imagem e, se necessário, realizar biópsia para esclarecer a natureza da lesão.

A classificação BI-RADS® pode ser utilizada para classificar a natureza dos nódulos mamários. 

Lesões benignas, como BI-RADS® 2 ou 3, podem ser acompanhadas com segurança, enquanto lesões suspeitas, como BI-RADS® 4 ou 5, requerem investigação mais aprofundada.

Outras dúvidas comuns

  • Dor no bico da mama é sinal de gravidez?

Além do ciclo menstrual, a dor mamária pode estar relacionada à gravidez ou à amamentação. 

Isso acontece devido às mudanças hormonais que ocorrem logo nas primeiras semanas, principalmente pelo aumento da progesterona e do estrogênio, além do início da produção de leite materno.

Essas alterações deixam as mamas maiores e mais sensíveis, por isso, muitas mulheres podem sentir dor na região.

É comum que a região do mamilo fique mais dolorida, sensível ao toque e até um pouco inchada, o que também pode ser intensificado pelo atrito com as roupas.

Esse desconforto costuma aparecer entre a 3ª e a 4ª semana de gestação, muitas vezes antes mesmo do atraso menstrual.

Para confirmar, o ideal é fazer um teste de gravidez e buscar orientação médica. Caso a dor persista ou venha acompanhada de secreção anormal, vermelhidão ou alteração na textura da pele da mama, é fundamental investigar outras causas.

Durante o período de amamentação, a sucção frequente e o atrito com a bomba de leite podem causar dor e até fissuras nos mamilos.

São raros os casos em que gestantes e lactantes apresentam câncer de mama. Entretanto, a gravidez tardia é um fator que contribui para o desenvolvimento da doença.

  • Menopausa causa dor no bico da mama?

Sim, a menopausa pode causar dores mamárias em algumas mulheres. Essa dor está relacionada às alterações hormonais que ocorrem nessa fase da vida. 

Com a queda dos níveis de estrogênio, o tecido mamário passa por mudanças que podem gerar sensações de desconforto, sensibilidade e até dor localizada.

Durante o climatério, que é o período de transição até a menopausa, muitas mulheres relatam dores nas mamas, inclusive nos mamilos. 

A dor no bico da mama pode surgir de forma intermitente, com intensidade leve ou moderada, e atingir uma ou ambas as mamas. 

Apesar de ser uma resposta comum às flutuações hormonais, o sintoma deve ser monitorado. 

Se a dor for intensa, persistente ou acompanhada de secreção, inchaço, nódulos ou alterações visíveis na pele da região, é essencial procurar um mastologista. 

Esses sinais podem indicar outras condições, como inflamações ou alterações benignas e, em casos menos frequentes, algo mais sério.

Vale lembrar que a dor no bico da mama também pode estar relacionada ao uso de reposição hormonal, que é indicado para aliviar os sintomas da menopausa. 

Nesses casos, os hormônios sintéticos podem sensibilizar o tecido mamário e provocar desconforto.

Quando procurar um médico?

Sentir dor no bico da mama pode ser um sintoma comum de alterações hormonais, mas também pode estar relacionada a alterações benignas e temporárias. 

Ainda assim, é essencial estar atento a outros sinais e manter o acompanhamento com um especialista, principalmente quando surgem nódulos, secreções ou mudanças visíveis na região mamária.

O diagnóstico precoce é fundamental em casos de lesões malignas, o que possibilita tratamentos mais eficazes e maior chance de preservação da saúde mamária. 

Portanto, diante de qualquer alteração, não hesite em procurar um mastologista para realizar uma avaliação individualizada.

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista em São Paulo - Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Einstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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