Médica com laço rosa analisa exames, representando o cuidado no diagnóstico da neoplasia de mama e a luta contra o câncer.

Neoplasia de mama: o que significa esse diagnóstico e quais os próximos passos

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Esse diagnóstico pode gerar dúvidas e preocupação, por isso é essencial entender o que ele significa e quais são os próximos passos.

Médica com laço rosa analisa exames, representando o cuidado no diagnóstico da neoplasia de mama e a luta contra o câncer.

Neoplasia de mama é o termo médico utilizado para descrever a presença de um tumor na mama, que pode ser benigno ou maligno. 

As neoplasias benignas, como fibroadenomas, não oferecem risco à vida, enquanto a neoplasia maligna de mama, o chamado câncer de mama, exige investigação e tratamento imediatos. 

Há também casos classificados como neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido da mama, que precisam de exames adicionais para a definição do diagnóstico.

Neste artigo, você vai entender em detalhes o que significa neoplasia de mama, como diferenciar tumores benignos e malignos, quais exames ajudam no diagnóstico.

Também vai aprender como funciona o estadiamento e quais condutas médicas são indicadas em cada situação.

Boa leitura!

O que é neoplasia de mama?

Neoplasia de mama é um termo técnico que indica o surgimento de um tumor nas mamas, formado por células anormais que se multiplicam além do que deveriam.

A condição pode ter caráter benigno ou maligno, ou seja, nem toda neoplasia representa um câncer, mas qualquer detecção requer uma investigação mais detalhada.

Uma neoplasia benigna se caracteriza por um crescimento lento e localizado, não invade tecidos vizinhos, nem se espalha para outras partes do corpo. 

Elas geralmente têm bordas bem definidas e representam baixo risco à saúde. A depender do tamanho e da localização, podem ser acompanhadas ou removidas cirurgicamente para aliviar sintomas.

Por outro lado, uma neoplasia maligna de mama (câncer) apresenta crescimento mais rápido, bordas normalmente irregulares e pode invadir tecidos adjacentes ou se disseminar para outros órgãos, através da metástase.

Há ainda casos definidos como neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido da mama. 

Isso significa que os exames não conseguem confirmar se o tumor é benigno ou maligno, o que exige novas avaliações, possivelmente com biópsia.

Além disso, o laudo pode indicar ausência de neoplasia na mama, o que significa que não foram identificadas lesões suspeitas nos exames. 

Isso ocorre com frequência após mamografias normais ou com alterações benignas não preocupantes.

Como é feito o diagnóstico da neoplasia de mama?

O diagnóstico da condição pode envolver três abordagens: avaliação clínica, exames de imagem e, quando necessário, biópsia.

Avaliação clínica

O médico realiza o exame físico para identificar características do nódulo, como forma, consistência, mobilidade e presença de sinais alertas (como retração de pele ou mamilo).

Exames de imagem

A mamografia é o principal exame para detectar lesões suspeitas, mesmo que ainda não palpáveis.

A ultrassonografia também pode ser solicitada em alguns casos para diferenciar nódulos sólidos de cistos, avaliar densidade e guiar punções ou biópsias.

Já a ressonância magnética costuma ser indicada em casos de mamas densas, que são uma característica de mulheres mais jovens, ou em pacientes com alto risco genético, para detectar as alterações em estágios iniciais ou de difícil detecção.

Biópsia

Quando os exames de imagem não são conclusivos ou há suspeita elevada (por exemplo, BI-RADS® 4 ou 5), o médico indica uma biópsia. 

São realizadas por punção com agulha fina (PAAF) ou com agulha grossa (core biopsy), e o material coletado é analisado em laboratório para determinar se a neoplasia é benigna, maligna ou de comportamento incerto.

Como o BI-RADS® auxilia no estadiamento de neoplasia de mama?

O BI-RADS® (Breast Imaging Reporting and Data System) é um sistema que ajuda a interpretar o grau de suspeita das alterações encontradas.

Ele é fundamental na avaliação da neoplasia de mama, porque avalia o risco de malignidade de uma lesão. 

Assim, a classificação orienta se o médico pode acompanhar o caso ou indicar biópsia, e redirecionar o tratamento conforme o resultado do laudo. 

A escala é dividida em categorias, cada uma associada a um percentual estimado de chance de câncer:

Classificação do Sistema BI-RADS® Categoria 0: exame inconclusivo Categoria 1: normal Categoria 2: benigno Categoria 3: provavelmente benigno Categoria 4: suspeito Categoria 5: altamente suspeito Categoria 6: investigado previamente e com resultado positivo (câncer)

Assim sendo, essa classificação auxilia o mastologista a diferenciar lesões benignas de suspeitas, para evitar procedimentos desnecessários em alguns casos e acelerar a investigação em outros.

Entenda melhor sobre o sistema BI-RADS® aqui.

Como é o estadiamento da neoplasia de mama?

O estadiamento é o processo de determinar a extensão da doença no organismo, levando em conta o tamanho do tumor, o comprometimento dos linfonodos e a presença ou não de metástases.

Para realizar essa avaliação, utiliza-se o sistema TNM, adotado pela American Joint Committee on Cancer (AJCC).

Os principais critérios utilizados são:

  • T (Tumor primário): tamanho e extensão local do tumor;
  • N (Linfonodos regionais): presença e quantidade de linfonodos comprometidos;
  • M (Metástase): verifica se o câncer se espalhou para outros órgãos;
  • ER (Receptor de estrogênio): indica se o tumor responde a hormônios;
  • PR (Receptor de progesterona): avalia sensibilidade hormonal da doença;
  • HER2: detecta presença da proteína HER2, associada a maior agressividade;
  • G (Grau histológico): mede o quanto as células tumorais se diferenciam das células normais;
  • Testes de expressão gênica: em casos específicos, ajudam a estimar risco de recorrência e necessidade de quimioterapia.

Após a coleta de todas essas informações, os dados são combinados para determinar o estágio clínico ou patológico (de 0 a IV), que será a base para o plano terapêutico.

Com essa abordagem, o estadiamento da neoplasia de mama se tornou mais preciso e personalizado, o que permite que o tratamento seja ajustado de acordo com as características individuais de cada paciente.

Entenda melhor abaixo sobre os critérios de tumor primário, linfonodos regionais e metástase:

Classificação do Tumor Primário (T)

  • TX – Não é possível avaliar o tumor;
  • T0 – Sem evidência de tumor primário;
  • Tis – Carcinoma in situ;
  • T1 – Tumor até 2 cm de diâmetro;
  • T2 – Entre 2 cm e 5 cm;
  • T3 – Maior que 5 cm;
  • T4 – Qualquer tamanho, com invasão da parede torácica ou pele (inclui câncer de mama inflamatório).

Comprometimento dos Linfonodos Regionais (N)

  • NX – Não é possível avaliar;
  • N0 – Linfonodos sem câncer;
  • N0(i+) – Presença de pequenas células tumorais isoladas (<0,2 mm);
  • N1 – Comprometimento de 1 a 3 linfonodos axilares e/ou mamários internos;
  • N2 – Comprometimento de 4 a 9 linfonodos axilares ou mamários internos aumentados;
  • N3 – Comprometimento de 10 ou mais linfonodos axilares, infraclaviculares ou supraclaviculares.

Metástases à Distância (M)

  • M0 – Sem metástases;
  • cM0(i+) – Pequenas quantidades de células tumorais no sangue, medula óssea ou linfonodos distantes;
  • M1 – Metástases em órgãos como ossos, fígado, pulmões ou cérebro.

Quais são os tipos de neoplasia de mama benignas e malignas?

O termo neoplasia de mama se refere a qualquer crescimento anormal de células no tecido mamário. Portanto, essa alteração pode ter comportamento benigno ou maligno.

Vale ressaltar que a ausência de neoplasia na mama em um laudo de exame significa que não foi detectada nenhuma lesão tumoral, seja benigna ou maligna.

Neoplasia benigna de mama

As neoplasias benignas não apresentam potencial de invasão para outros tecidos ou órgãos. Entre as mais comuns estão:

  • Fibroadenoma: tumor sólido, móvel e geralmente indolor, mais frequente em mulheres jovens;
  • Cistos mamários: bolsas de líquido, que podem ser únicas ou múltiplas, geralmente relacionadas a alterações hormonais;
  • Papiloma intraductal: pequeno crescimento dentro de um ducto mamário, podendo causar secreção pelo mamilo;
  • Carcinoma in situ: células anormais permanecem restritas ao local de origem (ductos ou lóbulos).

Apesar de benignas, algumas lesões podem necessitar de acompanhamento periódico ou até remoção, principalmente quando causam sintomas, aumentam de tamanho ou apresentam risco de transformação maligna.

Neoplasia maligna de mama

A neoplasia maligna de mama corresponde ao câncer de mama, caracterizado por células com crescimento descontrolado, capazes de invadir tecidos vizinhos e se disseminar (metástase).

Os principais tipos incluem:

  • Carcinoma ductal invasivo: o mais comum, originado nos ductos mamários, com capacidade de invadir tecidos adjacentes;
  • Carcinoma lobular invasivo: começa nos lóbulos mamários e tende a se espalhar de forma difusa, dificultando a detecção.

O tratamento e o prognóstico variam conforme o subtipo molecular, estágio da doença, receptores hormonais e status do HER2.

O que fazer ao ser diagnosticado com neoplasia da mama?

Receber um diagnóstico de neoplasia de mama não significa automaticamente ter câncer. O termo indica apenas a presença de um tumor, que pode ser benigno ou maligno.

A confirmação do tipo e do comportamento da lesão depende de exames complementares, como ultrassonografia, mamografia, ressonância magnética e biópsia.

Com base nesses resultados, o médico poderá definir o estadiamento da neoplasia de mama, avaliar a necessidade de tratamento imediato ou apenas acompanhamento, e indicar a estratégia mais adequada para cada caso.

O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento e preservar a saúde da paciente. 

Por isso, é importante manter os exames de rastreamento em dia, conhecer o próprio corpo e procurar avaliação médica diante de qualquer alteração nas mamas.

O Dr. Felipe Andrade está à sua disposição para tirar qualquer dúvida.

Clique no banner abaixo para agendar uma consulta!

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Respostas rápidas sobre neoplasia da mama

O que significa o termo “neoplasia de mama”?

Neoplasia de mama é o termo médico para qualquer crescimento anormal de células na mama, ou seja, um tumor.

Fui diagnosticada com neoplasia de mama. É câncer?

Não necessariamente. O termo “neoplasia” apenas confirma a presença de um tumor, que pode ser benigno ou maligno.

Qual a diferença entre neoplasia benigna e maligna?

Uma neoplasia benigna tem crescimento lento, localizado e não se espalha para outras partes do corpo. Já a neoplasia maligna tem crescimento mais rápido, pode invadir tecidos vizinhos e se espalhar para outros órgãos (metástase).

O que significa “neoplasia de comportamento incerto” em um laudo?

Significa que os exames iniciais não conseguiram determinar com certeza se o tumor é benigno ou maligno. 

Como o diagnóstico de uma neoplasia é feito?

O diagnóstico envolve a avaliação clínica do médico, seguida por exames de imagem como a mamografia, a ultrassonografia e a ressonância magnética. Se houver suspeita de malignidade, uma biópsia é realizada para confirmar a natureza do tumor.

O que é o estadiamento TNM?

É um sistema usado para determinar a extensão do câncer no corpo. Ele avalia três pontos principais: o Tamanho do tumor (T), o comprometimento dos Nodos linfáticos (N) e a presença de Metástase a distância (M). 

Se o meu exame diz “ausência de neoplasia”, o que isso quer dizer?

Significa que, no exame realizado, não foi encontrada nenhuma lesão tumoral suspeita, seja ela benigna ou maligna.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de Ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Einstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

Posts Relacionados

O que causa câncer de mama: conheça os fatores de risco e como prevenir

O câncer de mama é uma doença multifatorial, causada pela interação entre fatores genéticos, hormonais e de estilo de vida. Ainda que não seja possível eliminar completamente o risco, é possível reduzi-lo de forma significativa por meio de hábitos saudáveis…...

outubro 7, 2025
Dr. Felipe Andrade
Mulher prestes a realizar exame de mamografia após saber o que causa câncer de mama realizando sinal de que está fazendo acompanhamento médico.

Dr. Felipe Andrade comparece ao IV Mama Nordeste

Nos dias 1 e 2 de agosto de 2025, o JCPM Trade Center, em Recife (PE), foi palco do IV Mama Nordeste, um dos principais encontros científicos do Nordeste dedicados ao câncer de mamal.  O evento reuniu especialistas de diversas…...

outubro 2, 2025
Dr. Felipe Andrade
Dr. Felipe Andrade palestrando no IV Mama Nordeste congresso sobre câncer de mama.