PET Scan: quando o exame é indicado no câncer de mama

Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher. 

Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.

Mesmo após o diagnóstico e início do tratamento, o câncer de mama pode apresentar evolução ou recidiva, o que exige exames mais sensíveis para investigação.

O PET Scan é um exame de imagem altamente sensível, utilizado de forma estratégica em pacientes com diagnóstico confirmado de câncer, inclusive o câncer de mama. 

Embora não faça parte do rastreamento inicial da doença, ele também é indicado em situações específicas, como suspeita de metástase ou avaliação de resposta ao tratamento.

Ao combinar tomografia computadorizada e medicina nuclear, o exame permite identificar áreas do corpo onde há maior atividade metabólica, característica comum de células cancerígenas. 

Por isso, tem um papel importante em casos de câncer de mama localmente avançado, inflamatório ou com sintomas sistêmicos.

Neste artigo, você vai entender melhor sobre PET Scan, o que é, como o exame é feito, quando ele é indicado e qual sua importância no monitoramento do câncer de mama. 

Mesmo sendo uma ferramenta complementar, ele pode influenciar diretamente nas decisões terapêuticas e no prognóstico da paciente.

O que é PET Scan?

A Tomografia por Emissão de Pósitrons, também chamada de PET-CT, é um exame de imagem que combina duas tecnologias: a tomografia computadorizada (CT) e a medicina nuclear, que utiliza substâncias radioativas seguras.

O exame utiliza um marcador chamado 18F-FDG, que é uma forma de glicose levemente radioativa. 

Como as células cancerígenas têm metabolismo mais acelerado, elas absorvem mais esse marcador. Isso permite identificar áreas com atividade tumoral no corpo.

Por isso, o PET Scan é bastante útil para detectar metástases ocultas ou avaliar a extensão real da doença em pacientes que já receberam diagnóstico de câncer de mama.

Para que serve o PET Scan no câncer de mama?

O PET Scan não é indicado para todos os casos de câncer de mama. Seu uso é reservado para situações específicas, em que exames convencionais, como tomografia, não são suficientes.

Entre as principais indicações do PET Scan no câncer de mama, estão:

  • Estadiamento inicial em doença localmente avançada (estágio III) ou inflamatória: identifica metástases ainda não detectadas por outros exames;
  • Investigação de recidiva: útil em pacientes com suspeita de retorno da doença;
  • Avaliação da resposta à terapia neoadjuvante: principalmente em tumores HER2+, como no estudo PHERGain, publicado no The Lancet, auxiliando na definição da continuidade do tratamento;
  • Pesquisa de metástases ósseas, viscerais ou ganglionares mediastinais: possui sensibilidade superior a métodos convencionais;
  • Identificação de doença metastática em pacientes com sintomas sistêmicos ou alterações laboratoriais inexplicadas.

É importante ressaltar que o PET Scan não é utilizado como exame de rastreamento ou diagnóstico inicial em pacientes assintomáticas ou com manifestação clínica de câncer de mama em estágio inicial.

Também não é indicado em substituição à mamografia ou ultrassonografia mamária, nem para investigação de nódulos benignos.

O exame só deve ser indicado em pacientes com doença localmente avançada, suspeita de metástases ou recidiva, ou em avaliação de resposta à terapia neoadjuvante.

Como é feito o exame PET Scan?

Antes do exame, o paciente deve seguir orientações específicas, como jejum e controle glicêmico, para garantir maior precisão.

O exame ocorre da seguinte forma:

  • O radiofármaco é injetado na veia;
  • Após cerca de 60 minutos de absorção, o paciente é posicionado no aparelho;
  • A câmera capta imagens detalhadas da distribuição do marcador no corpo.

O exame é indolor, leva em média de 20 a 40 minutos e, ao final, o paciente pode retomar suas atividades normalmente. A quantidade de radiação usada é baixa e considerada segura.

Quais os benefícios do PET Scan nesses casos?

A principal vantagem do PET Scan é a sensibilidade elevada na detecção do câncer, o que permite uma mudança precoce na abordagem terapêutica.

A sensibilidade para metástases chega a 93%, com especificidade de 81%, segundo meta-análises de FDG-PET para avaliação da recorrência e metástases do câncer de mama.

Em outro estudo, o PET Scan alterou o estadiamento de 12% dos pacientes com doença localmente avançada. Como consequência, o plano de tratamento de 81,3% desses pacientes foi ajustado.

Quais são os efeitos colaterais do PET Scan?

O PET Scan é um exame seguro, mas pode causar efeitos leves e passageiros em alguns pacientes, como:

  • Sensação de calor durante a injeção do contraste radioativo;
  • Pequena reação no local da aplicação da agulha;
  • Náusea leve (em casos raros).

A radiação utilizada é em doses baixas e não representa risco significativo para a maioria das pessoas. Ainda assim, o exame não é recomendado para gestantes ou lactantes, exceto em situações especiais.

Quanto custa o exame PET Scan?

O valor do exame PET Scan pode variar conforme a região e o centro diagnóstico, além do convênio médico. Em média, o preço particular pode variar entre R$ 3.000 e R$ 6.000.

Em alguns casos, o SUS cobre o exame, desde que haja indicação clínica e laudo médico detalhado que justifique a necessidade. Planos de saúde também podem autorizar o exame mediante solicitação médica.

Se você já recebeu diagnóstico de câncer de mama e seu mastologista solicitou o PET Scan, isso significa que há necessidade de uma análise mais abrangente do seu quadro. 

O exame pode oferecer respostas mais claras e impactar diretamente o planejamento do tratamento.

Para entender melhor quando realizar o PET Scan e quais exames são mais adequados ao seu caso, procure um especialista com experiência em mastologia.

Conheça melhor os tratamentos disponibilizados pela Clínica FEMA.

Conheça o Dr. Felipe Andrade

Mastologista em São Paulo - Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP. 

O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. 

Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama. 

Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.

Atualmente, o Dr. Felipe  Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia doEinstein Hospital Israelita e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.

Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.

O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.

Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.

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