Os artigos publicados neste Blog têm o intuito de educar e desmistificar crenças populares acerca do câncer de mama, assim como de todas as condições mamárias benignas e malignas que afetam a saúde da mulher.
Ao longo do material, você pode encontrar termos populares que não correspondem aos termos médicos corretos. Recorremos a este recurso para facilitar a compreensão e o entendimento das condições mamárias e, assim, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para a prevenção e tratamento dessas condições.
Embora a maioria dos nódulos mamários sejam benignos, a avaliação médica é essencial para um diagnóstico preciso, assim como um monitoramento regular, para possibilitar a detecção precoce de qualquer alteração suspeita.

Quando um nódulo benigno pode se tornar maligno? Será que essa é uma condição comum ou a maioria dos nódulos não oferecem riscos à saúde?
Para entender melhor essa dúvida, em primeiro lugar, precisamos entender como ocorre a formação de um nódulo.
O que é nódulo na mama?

O nódulo é caracterizado como uma lesão sólida, composta de tecido mamário, que inclui tecido glandular, conjuntivo, adiposo e líquido.
Geralmente, o nódulo é sólido, mas é possível encontrar formações com porções líquidas, ou áreas císticas.
O cisto na mama, diferentemente do nódulo, é composto apenas por líquidos envoltos em uma cápsula.
Mas se a área cística é predominante, a lesão é reconhecida como um cisto complexo e é chamada de nódulo sólido cístico, sendo mais raro de ser diagnosticado nos pacientes.
Além do nódulo cístico, também encontramos o nódulo hipoecogênico na mama, que possui baixa densidade nos resultados da ultrassonografia.
É possível encontrar nódulos bem delimitados e homogêneos, que são os mais comuns, ou nódulos com bordas irregulares, que são menos frequentes.
Quando um nódulo é benigno ou maligno?
Para determinar a natureza de uma lesão mamária, é necessário conhecer a sua composição, avaliar seu crescimento e verificar sua aparência.
A principal diferença entre nódulos benignos e malignos é que os primeiros não possuem potencial de invadir tecidos adjacentes ou se espalhar para outras partes do corpo.
Nódulos císticos, por exemplo, que possuem uma área líquida maior, geralmente, são benignos e requerem apenas monitoramento.
Já nódulos sólidos precisam às vezes serem investigados com o auxílio de uma biópsia por fragmento (core biópsia) ou uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Mas isso não quer dizer que todo nódulo sólido é maligno.
Fibroadenomas, por exemplo, são lesões mamárias benignas, formadas principalmente por tecido glandular e conjuntivo, e apresentam consistência mucinosa ou gelatinosa.
Há subtipos de fibroadenomas raros, os fibroadenomas complexos, que podem estar relacionados com um mínimo risco de câncer de mama, principalmente em pacientes que possuem histórico familiar da doença.
Além disso, há outra característica que pode ajudar a determinar se o nódulo é benigno ou maligno.
De modo geral, quando a lesão é bem definida, com bordas delimitadas e conteúdo homogêneo, há alta probabilidade de ser um nódulo benigno.
Por outro lado, quando a lesão apresenta uma forma indefinida com bordas irregulares, existe um risco maior do nódulo ser maligno.
A composição do nódulo também tem muito a dizer sobre sua natureza. Se ele for formado por líquido ou por tecido mamário, as chances de ser benigno são altas.
Contudo, se houver a presença de células anormais, com crescimento acelerado, existe uma grande possibilidade de ser um nódulo maligno.
E para saber isso precisamos de uma biópsia. A biópsia e a análise anátomo patológica é o que dá o diagnóstico exato da doença. As imagens nos fornecem suspeitas ou não de uma neoplasia maligna.
Também é necessário verificar a presença de múltiplos nódulos no local, porque pode indicar um processo patológico mais complexo e requer uma avaliação mais detalhada.
Um nódulo benigno na mama pode se tornar maligno?
Apesar do nódulo ser um dos sinais clínicos iniciais do câncer de mama, a maioria das lesões mamárias deste tipo encontradas nos pacientes são benignas.
O nódulo maligno surge a partir de células mamárias que se multiplicam de forma rápida e desordenada, por causa de alterações nos genes.
Isso ocorre por causa de mutações em genes específicos, ocasionadas por exposição a certos fatores de risco ao longo da vida ou genes que são herdados, que afetam o funcionamento de células e proteínas.
No entanto, um nódulo benigno na mama não pode se tornar maligno, por causa do tipo de células que compõem a lesão mamária.
O que acontece em casos em que descobre-se tardiamente a malignidade no nódulo, na verdade, ocorre pela falta de precisão no diagnóstico.
Muitas lesões podem podem resultar como inconclusivas na mamografia, o que exige exames adicionais.
Além disso, é fundamental realizar o monitoramento regular do nódulo, para detectar qualquer evolução ou presença de alterações anormais que possam indicar uma lesão cancerígena.
O que fazer quando o nódulo é benigno ou maligno?
Para seguir com a abordagem mais adequada, é necessário acompanhar o crescimento da lesão, realizar uma mamografia para entender melhor a estrutura e seu tamanho e analisar o material por meio de uma biópsia.
É igualmente importante investigar o histórico de câncer na família, já que isso indica um risco maior de desenvolver a doença, assim como avaliar os fatores de risco, que também contribuem para o câncer de mama.
Na maioria dos casos, quando o nódulo é benigno, não é necessário seguir com a intervenção cirúrgica.
A mamotomia (biópsia percutânea a vácuo) é indicada apenas para pacientes que apresentam dor ou desconforto ou crescimento progressivo dos nódulos.
No entanto, para nódulos malignos, é necessário fazer a remoção cirúrgica com margens, assim como seguir com radioterapia, quimioterapia ou terapia-alvo, o que depende de uma avaliação da equipe multidisciplinar (mastologista / oncologista e radioncologista).

Conheça o Dr. Felipe Andrade

O Dr. Felipe Andrade é um médico mastologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC, com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da USP.
O doutor é Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Especialista em Mastologia pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Ele também é membro titular da American Society of Breast Surgeons (ASBrS) e sócio-titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Com Doutorado em Ciências da Saúde pelo Hospital Sírio-Libanês, seu foco de pesquisa é a qualidade do tratamento do câncer de mama.
Além de sua atuação na Mastologia, também atua na área de ginecologia para oferecer uma assistência integral e especializada à saúde da mulher.
Atualmente, o Dr. Felipe Andrade atua como Mastologista Titular no Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e realiza seus atendimentos no Centro de Oncologia do hospital, na Unidade Jardins do Hospital Albert Einstein.
Além disso, atua em sua clínica privada, a Clínica FEMA, localizada no bairro Indianópolis, São Paulo SP.
Conheça mais sobre seu trabalho no perfil do Instagram @cancerdemamaonline.
O Dr. Felipe Andrade está comprometido em fornecer informações médicas precisas sobre as condições mamárias. Para tornar certos temas mais acessíveis, ele pode recorrer ao uso de termos populares.
Embora possam ser inadequados em relação à terminologia médica correta, este recurso visa capacitar a população com conhecimento e facilitar o diálogo com os profissionais de saúde.