Tratamento Oncológico

Tratamento Oncológico

Sobre o Tratamento

Atuação do oncologista?

Nesta especialidade, é comum buscar uma subespecialização em um ou dois tipos de câncer, como o de mama e ginecológicos. 

O oncologista trabalha em conjunto com outros especialistas, como radio-oncologistas e cirurgiões. 

O papel do oncologista no câncer de mama varia de acordo com o estágio da doença, desde avaliar e administrar tratamentos sistêmicos até acompanhamento conjuntamente com mastologistas.

Principais Dúvidas sobre Tratamento Oncológico

O que faz sua especialidade Dr Max?

O oncologista trata de tumores malignos. Hoje em dia, é comum que se especialize num tipo – ou dois, no máximo – de tumores. Por exemplo, de mama e ginecológicos. Chamamos isto de subespecializarão. O oncologista deve trabalhar em sistema de multidisciplinaridade, ou seja, interagindo constantemente com outros médicos especialistas envolvidos no tratamento do câncer, como, por exemplo, o radioterapeuta (que aplica a radioterapia), o cirurgião, o radiologista, entre outros. Além disso, há a interação com outros profissionais, como fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, etc. No câncer de mama, o maior papel do oncologista é avaliar indicações e administrar o tratamento sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo), além de acompanhas as pacientes, geralmente conjuntamente com o mastologista. Quando o câncer é muito avançado, é comum que o oncologista tenha o papel mais importante no tratamento, podendo ser o inverso quando a doença é muito inicial.

O que é a oncologia?

A oncologia é a especialidade médica que se dedica ao estudo e tratamento de tumores malignos, incluindo sua etiologia e desenvolvimento.

O Câncer de mama tem cura?

Ao menos 90% dos cânceres de mama são curados pelo tratamento, desde que administrado de maneira correta, por profissionais qualificados, em esquema de multidisciplinaridade. Os casos que não são realmente curáveis são aqueles poucos que se presentam com doença muito avançada (com metástases) mas, mesmo para estes, as coisas podem estar começando a mudar. Ou então, os cada vez mais raros casos adequadamente tratados, quando a doença apresenta recorrência. Ou seja, poucas áreas da oncologia trabalham com taxas de cura tão elevadas quanto atingidas no câncer de mama.

Quais são os principais tipos de câncer de mama?

Nos dias atuais (sujeito a mudanças no futuro próximo, visto a velocidade do avanço do conhecimento), dividimos em três tipos, muito diferentes entre si em comportamento clínico, agressividade e resposta ao tratamento: triplo negativo (que não expressa hormônios nem o biomarcador Her2, e responde somente à quimioterapia como tratamento sistêmico); Her2 positivo (que expressa Her2, e é altamente responsivo à quimioterapia e à terapias-alvo anti-Her2 altamente eficazes); e Luminais (que expressam hormônios e respondem a terapias de bloqueio hormonais mais à própria quimioterapia). Os tumores de maior risco atualmente são os triplo negativos, nos quais o diagnóstico deve ser precoce, o tratamento instituído com rapidez e de maneira coordenada.

Quais são os principais tipos e tratamentos para o câncer de mama?

Atualmente, os cânceres de mama são classificados em triplo negativo, Her2 positivo e luminais, cada um com características distintas.  Os tratamentos incluem terapias-alvo, quimioterapia, imunoterapia, terapias de bloqueio hormonal e inibidores da osteólise. O manejo depende do tipo e estágio do câncer, sendo crucial uma abordagem coordenada.

Quanto tempo em média demora um tratamento quimioterápico?

Os tratamentos adjuvantes (pós-cirúrgicos) duram de 3 a 6 meses, enquanto tratamentos para doenças avançadas não têm prazo fixo, podendo variar conforme a necessidade do paciente. 

O tratamento oncológico causa muitos efeitos colaterais?

Efeitos colaterais como fadiga, náuseas e alopecia são comuns, mas reversíveis após o tratamento.  A queda de cabelo também é um efeito temporário, e o crescimento capilar geralmente retorna após o término da quimioterapia.

Esses efeitos são para sempre?

De maneira alguma, na imensa maioria, são rapidamente reversíveis, após término do tratamento.

O cabelo quando cai volta a crescer?

Praticamente sempre. Casos de alopecia permanente já foram descritos na literatura, mas são muito raros. O crescimento inicia após o término da quimioterapia, ou às vezes mesmo antes disso, dependendo do tipo de quimioterapia.

A touca gelada previne a queda de cabelo? Ela é segura?

Ela parece ser segura, embora exista na literatura relatos de casos de recorrência da doença exclusivamente no couro cabeludo. Isso parece uma ocorrência tão rara que a maioria dos oncologistas nunca chegou a conhecer um caso. O problema maior da touca é de fato a baixa eficácia, especialmente no caso do emprego de quimioterapias adjuvantes (curativas), nas quais mesmo os mais modernos dispositivos, reportam eficácia de no máximo 20%. Além disso, alguns pacientes têm dificuldade de suportar a sensação gelada no couro cabeludo por mais de 1h, e há a questão de não poder lavar nem pentear o cabelo por vários dias após a aplicação, que pode gerar incômodo para alguns. Infelizmente, houve um ‘marketing’ indevidamente agressivo destes dispositivos nos últimos anos, com promessas de milagres que não poderão ser entregues. Enfim, recomendo antes discutir com cuidado com o oncologista experiente.

Posso fazer ginástica durante o tratamento? Ela ajuda em algo?

Deve. Hoje se sabe que boa parte do cansaço e falta de fôlego – sintomas comumente reportados pelas pacientes – se deve a uma severa e progressiva perda de condicionamento cardiovascular, que pode ser revertida ou minimizada por meio de engajamento em um programa individualizado de exercícios físicos, principalmente na fase da quimioterapia. Além disso, estes programas levam a uma recuperação mais rápida após término do tratamento, reduzem risco de ganho de peso, e proporcionam bem-estar físico e emocional – tão importantes nesta crítica fase do tratamento.

Estou um pouco acima do peso. Devo reduzir meu peso? Isso é importante para o tratamento?

Deve. O excesso peso é associado a maior risco de desenvolver várias doenças oncológicas (inclusive o câncer de mama), e vem sendo associado a um maior risco de recorrência do câncer de mama, após tratamento da doença. Além dos outros problemas já bem conhecidos, com aumento do risco de problemas cardiovasculares, articulares, diabetes, etc. Nos últimos anos, tenho iniciado os cuidados com o controle do peso desde a fase da quimioterapia, já que esta pode, por si própria, como vimos acima, facilitar ganho de massa gordurosa e perda de massa muscular. Mas costumo intensificar os cuidados pós quimioterapia, durante a fase de recuperação, e indico inclusive a aderência a medidas para perda de peso e aos exercícios físicos regulares como o fator mais determinante na rápida resolução dos efeitos residuais do tratamento.

A cada quanto tempo preciso realizar exames de seguimento? Eles são sempre necessários?

Os exames fazem parte, mas não podem se tornar uma obsessão. É preciso lembrar que o que protege o paciente é o tratamento realizado, e não os exames. Exames também tem seus problemas (falso positivos, falso negativos, exposição à radiação, ansiedade pré-exame). Após término do tratamento, o foco deve se tornar a saúde, e não mais a doença. Às vezes, uma obsessão com exames não permite quebrar este ciclo. Mas um mínimo de exames acaba sendo necessário, geralmente semestrais (de imagem, de sangue), além dos exames mamários anuais. Quanto menos exposição à radiação, melhor. Casos de alto risco podem exigir exames mais frequentes e mais aprofundados, enquanto para casos de baixo risco, ocorre exatamente o oposto. Um plano de seguimento pode ser desde o início acordado entre o médico e o paciente; na minha experiência, este melhor entendimento ajuda a reduzir ansiedades comuns neste contexto.

Possibilidades de cura

Em torno de 90% dos cânceres de mama podem ser curados com tratamento adequado e multidisciplinar. Os casos não curáveis são raros, geralmente em situações avançadas ou recorrentes.  O câncer de mama apresenta altas taxas de cura, especialmente quando diagnosticado e tratado precocemente.

Quando sei que estou curada?

É importante se salientar que, infelizmente, não existe no momento algum “exame mágico” que nos dê essa resposta. Quem diz isso é o tempo. Atingir 5 anos sem sinais de recorrência é uma marca respeitável, mas não uma garantia. Dez anos mais ainda, e assim por diante. Geralmente, o acompanhamento de um câncer de mama é para a vida toda, com redução gradual na intensidade do acompanhamento com o passar dos anos.